Afetos e trabalho de cuidado no processo de morrer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44938

Palavras-chave:

Afetos, Trabalho de cuidado, Morte e morrer

Resumo

O artigo discute a circulação dos afetos no processo de morrer, articulando a literatura sobre trabalho de cuidado e a literatura sobre emoções, sentimentos e afetos na Sociologia e na Antropologia. Apresentam-se os dados de pesquisa na forma de cenas etnográficas, coletados durante trabalho de campo em um serviço de assistência domiciliar paliativo em um hospital público do Rio de Janeiro. Discute-se a relação entre repertórios de interpretação dos afetos e regras de sentimento, bem como sua padronização em rotinas de ação através de papéis sociais e posições estruturadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Faial Soneghet, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Pós-doutorando no Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Referências

Araújo, Anna Barbara. 2019. Gênero, reciprocidade e mercado no cuidado de idosos. Revista Estudos Feministas 27 (1): 1-13. https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n145553.

Ariès, Phillipe. 1981. The Hour of our Death: the classic history of western attitudes toward death over the last one thousand years. Nova Iorque: Vintage Books.

Barbagallo, Camille, e Silvia Federici. 2012. Introduction. The Commoner 15: 1-21.

Beatty, Andrew. 2013. Current emotion research in anthropology: reporting the field. Emotion Review 5 (4): 414-22. https://doi.org/10.1177/1754073913490045.

Bericat, Eduardo. 2016. The sociology of emotions: four decades of progress. Current Sociology 64 (3): 491-513. https://doi.org/10.1177/0011392115588355.

Brennan, Teresa. 2004. The transmission of affect. Nova Iorque: Cornell University.

Bonet, Octavio. 2006. Emoções e sofrimentos nas consultas médicas. Implicações de sua irrupção. Teoria e Cultura 1 (1): 117-38.

Burkitt, Ian. 2002. Complex emotions: relations, feelings and images in emotional experience. The Sociological Review 50 (2): 151-67. https://doi.org/10.1111/j.1467-954X.2002.tb03596.x.

Bury, Michael. 1982. Chronic illness as biographical disruption. Sociology of Health & Illness 4 (2): 167-82. https://doi.org/10.1111/1467-9566.ep11339939.

Csordas, Thomas. 2002. Body, meaning, healing. Nova Iorque: Palgrave Macmillan.

Clough, Patricia Ticineto, e Jean Halley. 2007. The affective turn: theorizing the social. Durham e Londres: Duke University Press.

Das, Veena. 2015. Affliction: health, disease, poverty. Nova Iorque: Fordham University Press.

Duarte, Luiz Fernando D. 1998. Investigação antropológica sobre doença, sofrimento e perturbação: uma introdução. In Doença, sofrimento, perturbação, editado por Luiz Fernando Dias Duarte e Ondina Fachel Leal, 9-31. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

Durkheim, Émile. 1912 [1996]. As formas elementares da vida religiosa: O sistema totêmico na Austrália. São Paulo: Martins Fontes.

Ehrenheich, Barbara, e Arlie R. Hochschild. 2011. Global woman: nannies, maids and sex workers in the new economy. Nova Iorque: Owl Books.

Elias, Norbert. 2001. A solidão dos moribundos, seguida de envelhecer e morrer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Fazzioni, Natália H. 2018. Nascer e morrer no Complexo do Alemão: políticas de saúde e arranjos de cuidado. Tese em Antropologia Cultural, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Gilligan, Carol.1982. In a different voice. Cambridge MA: Harvard University Press.

Gregg, Melissa, e Gregory J. Seigworth. 2010. An inventory of shimmers. In The Affect Theory Reader, editado por Gregory J. Seigworth, Melissa Gregg e Sara Ahmed, 1-25. Londres: Duke University Press.

Hirata, Helena. 2016. Subjetividade e sexualidade no trabalho de cuidado. Cadernos Pagu 46: 151-63. https://doi.org/10.1590/18094449201600460151.

Hochschid, Arlie R. 1983. The managed heart: comercialization of human feeling. Berkeley: University of California Press.

Le Breton, David. 2002. Antropología del cuerpo y modernidad. Buenos Aires: Nueva Visión.

Livne, Roi. 2014. Economies of dying: the moralization of economic scarcity in US hospice care. American Sociological Review 79 (5): 888-911. https://doi.org/10.1177/0003122414547756.

Lutz, Catherine e Geoffrey M. White. 1986. The anthropology of emotions. Annual review of anthropology 15 (1): 405-36. https://doi.org/10.1146/annurev.anthro.15.1.405.

Massumi, Brian. 1995. The autonomy of affect. Cultural critique 31: 83-109. https://doi.org/10.2307/1354446.

Mauss, Marcel. 2003. Sociologia e Antropologia. São Paulo: CosacNaify.

Mendes, Ernani C. 2017. Cuidados paliativos e câncer: uma questão de direitos humanos, saúde e cidadania. Tese em Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.

Menezes, Rachel A. 2004. Em busca da boa morte: antropologia dos cuidados paliativos. Rio de Janeiro: Scielo – Editora Fiocruz.

Merleau-Ponty, Maurice. 1968. The visible and the invisible: followed by working notes. Evanston: Northwestern University Press.

Merleau-Ponty, Maurice. 2004. The world of perception. Londres: Routledge.

Merleau-Ponty, Maurice. 2012. Phenomenology of perception. Londres: Routledge.

Mol, Annemarie. 2008. The logic of care. Nova Iorque: Routledge.

Molinier, Pascale. 2012. Care as work: mutual vulnerabilities and discrete knowledge. In New philosophies of labour: work and the social bond, organizado por Nicholas Smith e Jean-Philippe Deranty, 251-71. Londres: Brill.

Noddings, Nel 1984. Caring: a feminine approach to ethics and moral education. Berkeley: University of California Press.

Reich, Warren T. 1995. History of the Notion of Care. In Encyclopedia of Bioethics, editado por Warren T. Reich, 319-31. Nova Iorque: Simon & Schuster Macmillan.

Soneghet, Lucas Faial. 2021. A subjetividade corporificada nos marcos da sociologia existencial. Civitas-Revista de Ciências Sociais, 21: 23-34. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2021.1.38992.

Soneghet, Lucas Faial. 2022. Cuidar até a morte: o processo de morrer em um serviço de assistência domiciliar paliativa do SUS. Tese em Sociologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Spinoza, Baruch. 1677 [2007]. Ética. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Strauss, Anselm, Shizuko Fagerhauf, Barbara Suczek, e Carolyn Wiener. 1985. Social organization of medical work. Chicago: The University of Chicago Press.

Theodosius, Catherine. 2008. Emotional labour in health care: the unmanaged heart of nursing. Londres: Routledge.

Tronto, Joan C. 1993. Moral boundaries: a political argument for an ethic of care. Nova Iorque: Routledge.

Wetherell, Margaret. 2012. Affect and emotion: A new social science understanding. Londres: Sage Publications.

Whitney, Shiloh. 2018. Affective intentionality and affective injustice: Merleau‐Ponty and Fanon on the Body Schema as a Theory of Affect. The Southern Journal of Philosophy 56 (4): 488-515. https://doi.org/10.1111/sjp.12307.

Young, Iris Marion. 1980. Throwing like a girl: A phenomenology of feminine body comportment motility and spatiality. Human studies: 3 (1): 137-56. https://doi.org/10.1007/bf02331805.

Downloads

Publicado

2024-07-03

Como Citar

Soneghet, L. F. (2024). Afetos e trabalho de cuidado no processo de morrer. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 24(1), e44938. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44938

Edição

Seção

Cuidado e emoções: discursos, práticas e experiências