Epistemologia essencialista e (anti)feminismos transexcludentes
biologizando o gênero nas redes sociais
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.44532Palavras-chave:
Feminismos essencialistas, Feminismos transexcludentes, Feminismos biologizantesResumo
O artigo analisa a crescente circulação do discurso transexcludente no campo da esquerda brasileira na esfera das redes sociais. Esse feminismo, epistemicamente marcado por uma perspectiva essencialista e biologizante, recorre ora ao argumento da materialidade do corpo da mulher, partindo da experiência designada do sexo biológico (natureza) em contraposição à noção de identidade de gênero (cultura), afirmando o risco do apagamento das reinvindicações das mulheres e sua necessidade direcionada à mulher cisgênera. Partindo de três casos que ganharam repercussão nas redes sociais no período entre 2022 e 2023, apresentamos tais controvérsias. A hipótese que defendemos é que existe o compartilhamento de uma matriz-narrativa essencialista e transexcludente sobre o gênero, tanto por segmentos feministas, quanto da direita no campo societário, gerando um sistema de retroalimentação entre espectros políticos que não reconhecem outras identidades para além da cisheteronormativa.
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