A crítica do mito da modernidade
Da Escola de Frankfurt ao giro decolonial
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.41429Palavras-chave:
Teoria Crítica, Giro decolonial, Escola de Frankfurt, Pós-colonialismoResumo
O texto discute as convergências e divergências entre duas caracterizações da modernidade que apontam para sua dimensão mítica: a crítica formulada por Adorno e Horkheimer na Dialética do esclarecimento e a concepção de Enrique Dussel, sobretudo conforme se apresenta em seu livro 1492: o encobrimento do outro. Essa proposta de interlocução teórica almeja enriquecer o projeto de descolonização da Teoria Crítica e melhor explorar seu potencial de crítica sociopolítica – sobretudo no que tange a estruturas, processos e relações sociais nas sociedades periféricas do capitalismo mundial. Para tal, o artigo é desenvolvido em três passos: inicia com a apresentação dos argumentos clássicos da Teoria Crítica quanto à narrativa mítica da modernidade; em seguida, discorre sobre as possibilidades de ampliação e revisão crítica dessa perspectiva com base nos trabalhos de Dussel; e, por fim, realiza um balanço da discussão e traça considerações sobre a pertinência e a necessidade desse diálogo.
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