Gênero, sexualidade e juventude(s): problematizações sobre heteronormatividade e cotidiano escolar

Autores

  • Dilton Ribeiro do Couto Junior Pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ), com bolsa CNPq/PDJ. Membro do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude, Educação e Cultura (IJEC) e do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade e(m) Interseccionalidades (Geni).
  • Maria Luiza Magalhães Bastos Oswald Professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ). Líder do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude, Educação e Cultura (IJEC).
  • Fernando Altair Pocahy Professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ). Líder do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade e(m) Interseccionalidades (Geni).

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2018.1.28046

Palavras-chave:

Sexualidade. Juventudes. Heteronormatividade. Educação.

Resumo

Fruto de pesquisa de doutorado recentemente concluída, este texto propõe questionar as normas regulatórias de gênero presentes nos cotidianos escolares de dois jovens que se autodenominam gays. A interação com os sujeitos ocorreu através do estabelecimento de conversas on-line realizadas no Facebook mediante uma relação dialógica e de alteridade, propiciando a criação de um sentimento de cumplicidade e disponibilidade que tornou possível uma ampla discussão em torno de questões relativas à heteronormatividade e às experiências da abjeção que ela produz. As conversas on-line foram interpretadas principalmente à luz da contribuição de autores do campo de estudos de gênero e sexualidade amparados teoricamente pela perspectiva dos estudos queer. As conversas com ambos os jovens contribuíram com a tessitura de reflexões sobre a (re)produção dos estigmas sociais no espaço escolar e sobre a urgência de se (re)pensar o planejamento de estratégias de resistência nos cotidianos escolares na tentativa de desmistificar a naturalização e normatização da suposta superioridade e supremacia das heteronormas.

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Biografia do Autor

Dilton Ribeiro do Couto Junior, Pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ), com bolsa CNPq/PDJ. Membro do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude, Educação e Cultura (IJEC) e do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade e(m) Interseccionalidades (Geni).

Pós-doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ), com bolsa CNPq/PDJ. Membro do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude, Educação e Cultura (IJEC) e do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade e(m) Interseccionalidades (Geni).

Maria Luiza Magalhães Bastos Oswald, Professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ). Líder do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude, Educação e Cultura (IJEC).

Professora da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ). Líder do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude, Educação e Cultura (IJEC).

Fernando Altair Pocahy, Professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ). Líder do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade e(m) Interseccionalidades (Geni).

Professor da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (ProPEd/UERJ). Líder do Grupo de Estudos em Gênero e Sexualidade e(m) Interseccionalidades (Geni).

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Publicado

2018-04-13

Como Citar

Junior, D. R. do C., Oswald, M. L. M. B., & Pocahy, F. A. (2018). Gênero, sexualidade e juventude(s): problematizações sobre heteronormatividade e cotidiano escolar. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 18(1), 124–137. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2018.1.28046

Edição

Seção

Gênero e sexualidade: entre a explosão do pluralismo e os embates da normalização