Povos e comunidades tradicionais de matriz africana: uma análise sobre o processo de construção de uma categoria discursiva

Autores

  • Mariana Ramos de Morais Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
  • Juliana Gonzaga Jayme Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2017.2.27020

Palavras-chave:

Povos e comunidades tradicionais de matriz africana. Diversidade cultural. Religiões afro-brasileiras.

Resumo

Este artigo aborda o processo de construção de uma categoria discursiva: povos e comunidades tradicionais de matriz africana. Trata-se de uma expressão adotada para nomear os grupos praticantes das religiões afro-brasileiras no âmbito das políticas públicas ancoradas no debate acerca da diversidade cultural no Brasil. O intuito, assim, é de refletir sobre os caminhos escolhidos pelo movimento afro-religioso para organizar e apresentar sua agenda nesse contexto. A análise apresentada é baseada na leitura dos documentos relacionados, principalmente, à Política de Promoção da Igualdade Racial, entre 2003 e 2014. Busca-se ainda pensar nas consequências da brusca ruptura ocorrida no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff no caso específico analisado, uma vez que se tratam de políticas públicas desenvolvidas não apenas como parte de um governo, mas como um projeto de estado atreladas aos ditames de organismos internacionais.

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Biografia do Autor

Mariana Ramos de Morais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Doutora em Ciências Sociais pela PUC Minas

Pós-doutorado em Antropologia na École des Hautes Études en Sciences Sociales

Juliana Gonzaga Jayme, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da PUC Minas.

Bolsista de Produtividadade em pesquisa do CNPq

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Publicado

2017-08-23

Como Citar

Morais, M. R. de, & Jayme, J. G. (2017). Povos e comunidades tradicionais de matriz africana: uma análise sobre o processo de construção de uma categoria discursiva. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 17(2), 268–283. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2017.2.27020

Edição

Seção

Diversidad cultural en América Latina