Reconhecimento e política no interior da tradição dialética
Sócrates, o Ateniense, Marx e Lênin
DOI:
https://doi.org/10.15448/1677-9509.2023.1.44653Palabras clave:
Platão, Sócrates, Marx, Lênin, dialética.Resumen
objetivo deste artigo é o de chamar atenção para uma série de questionamentos que podem e, a nosso ver, ainda devem ser feitos, acerca de uma suposta, exclusiva e definitiva doutrina política de Platão. Para tanto, inicialmente, é levantada a seguinte pergunta: A República, um dos mais célebres e comentados diálogos escritos por Platão, seria, de fato, o único momento de “sua” obra em que este autor expressaria a “sua” teoria política (comunista)? Amparados na leitura e interpretação imanentista de Hector Benoit a respeito dos diálogos platônicos, partimos da hipótese de que Platão, não sendo Sócrates, expôs – através de um personagem denominado Ateniense – em seu último diálogo na temporalidade da léxis, As Leis, um projeto de cidade radicalmente distinto daquele d’A República. Tal projeto se baseia na unidade dos contraditórios para a formação educacional dos habitantes de uma cidade composta por amigos que tivessem todas as coisas realmente em comum; cidade que deveria ser realizada na prática, e não apenas na metafísica alma do filósofo, como Sócrates haveria proposto idealisticamente n’A República. Assim, longe de ter abandonado os seus posicionamentos comunistas da juventude, como defendem alguns intérpretes, Platão, ao final da vida, teria, na realidade, os encontrado de modo mais rigorosamente determinado. No final do artigo, Marx e Lênin assumem o protagonismo, o que sugere ser a teoria política um dos fios condutores da milenar tradição dialética.
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