O choque do real na narrativa cinematográfica Azul é a Cor Mais Quente: reflexões sobre cultura e estética
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-3710.2017.1.21959Palabras clave:
Cinema e Comunicação, Choque do Real, Estética, Homoerotismo, Narrativa CinematográficaResumen
O presente artigo aborda a representação cinematográfica de práticas homoeróticas, buscando compreender como esses elementos se constituem em uma negociação entre cultura e estética, que processa um desenraizamento do que é normativo tanto nas práticas sociais quanto na representação, dando destaque às identidades culturais. Seguindo um caminho indicado por Beatriz Jaguaribe e possuindo como corpus a película francesa Azul é a Cor Mais Quente, propomos uma leitura analítica da experiência do choque contemporâneo, apontando para a influência e importância do realismo estético utilizado pelo diretor Abdellatif Kechiche na construção das cenas para sensibilizar o espectador com a temática homoerótica, intensificando quadros que seriam despercebidos, formatando o que Jaguaribe nomeia como “choque do real” e “pedagogia da realidade”.
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