As bases da leitura: entre a “ciência” da literacia precoce e a “ciência” do jogo
Palavras-chave:
Leitura, Literacia, Literacia emergente, Políticas educativas (académica e baseada no jogo), Leitura indirecta, Desenvolvimento da linguagem)Resumo
Este texto pretende transmitir a quem lida no quotidiano com a criança que a leitura pode ser preparada desde muito cedo tendo em consideração contudo a criança num todo. Para se tornar um leitor, a criança vai necessitar, como é natural, de passar por uma etapa em que lhe é exigido que saiba dominar tanto o mecanismo que lhe permite conhecer e reconhecer letras, conhecer e reconhecer palavras, como o processamento fonológico. No entanto, esta abordagem mais de ordem académica, mais baseada na “ciência”, não se revela suficiente se a acepção da leitura que se quiser ver realçada não se se circunscrever somente à decifração, mas abranger também e sobretudo a compreensão. Em meu entender, a leitura deve ser sobretudo compreensão, muito embora precise de passar pela fase da decifração, que terá de ser dominada rapidamente de forma a vir a tornar-se um procedimento automático que deixe a memória da criança liberta para captar com rapidez o sentido do que lê, sem interrupções motivadas por uma decifração morosa. Em vista disto, advoga-se que a criança seja familiarizada com a leitura, tendo presente os benefícios provenientes da literacia emergente, por meio da conjugação de políticas educativas (académica e baseada n o jogo). Não se tem então unicamente em conta o lado intelectual da criança; consideram-se igualmente outras habilidades cognitivas, para lá daquilo que o jogo simbólico/sociodramático pode ainda trazer em termos emocionais e sociais. Relativamente às práticas de leitura, defende-se a leitura indirecta e revela-se o que esta pode representar numa perspectiva multicognitiva e no desenvolvimento da linguagem, contribuindo dessa forma para um sucesso cada vez mais acentuado da leitura.Downloads
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