O preso concentracionário
A estética confinada
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2022.1.43245Palavras-chave:
preso concentracionário, Appelfeld, Semprún, Amery, KerstérzResumo
Através das obras dos autores que aqui reunimos sob o nome de presos concentracionários, ou também prisioneiros da lager, como o espanhol Jorge Semprún (1923-2011), o romeno-israelense Aarón Appelfeld (1932-2018), o austríaco nacionalizado belga Jean Amery (1912-1978) ou o húngaro Imre Kerstérz (1929-2016), propomos uma reflexão sobre a desumanização linguística que corre paralela à retirada da condição humana dos presos. Cada um dos autores citados tentará um caminho para sair do confinamento que décadas depois de abandoná-lo, ainda percorrem como sua realidade mais cotidiana. Se Appelfeld decide olhar a soah desde a inocência de uma criança, assumindo uma visão de mundo na qual a criatividade está em um estágio anterior à racionalização e à conceituação, evitando assim o ceticismo, para explicar o realismo não biográfico de seus romances, Kerstérz deve marcar distâncias e se justificar perante o novo realismo francês que se espalha sob o objetivismo de Robe-Grillet; enquanto Semprún recorre e defende o artifício de escrever não apenas sobre o inimaginável, mas sobre o invívivel, Amery, por sua vez, narra, primeiro desde a perplexidade e em seguida desde a desolação e a raiva, o vazio existencial de ver a sua língua nativa invadida pelo totalitarismo. Por meio deles, observamos as diferentes soluções literárias e existenciais, nem sempre bem-sucedidas, para sair de um confinamento que os retém em seu seio.
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