Uma Literatura Viva em reflexões metafísicas maldispostas
Presença e crítica do Modernismo em “Cântico Negro” de José Régio e “Tabacaria” de Álvaro de Campos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2021.1.38942Palavras-chave:
Cântico Negro, Tabacaria, José Régio, Álvaro de Campos, MetafísicaResumo
Nos desenvolvimentos intelectuais e culturais humanos, todas as propostas de ampla iconoclastia racional redundam em outras formas de sistematização, as quais necessariamente utilizam-se de crenças, dogmas, credos e ritos. Tais experiências são revividas nas leituras de Cântico Negro e de Tabacaria, em que a enunciação poética adentra as bases de sustentação da racionalidade e dos modos de expressão do conhecimento humano mediante as variadas formas tradicionais de sustentabilidade do entendimento. Em José Régio, as transformações nas compreensões a respeito do real, a partir das experiências humanas particulares, integram classicismo e modernismo em pujantes articulações na instauração de uma Literatura Viva; em Álvaro de Campos, discípulo de Alberto Caeiro, o contínuo despertar de sonos dogmáticos não propicia ao humano acordar de suas quimeras, mas insere-o em perenes ilusões criadas pelas articulações dos sentidos e do pensamento.
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