A escrita descentrada de Carolina Maria de Jesus
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2019.4.33167Palavras-chave:
Descentramento. Hibridismo. Poética de resíduos. Quarto de despejo.Resumo
Inserida no contexto da globalização, a ficção brasileira contemporânea recebe e processa os influxos da cultura desta etapa mais recente do capitalismo, na qual disseminam-se imagens padronizadas vinculadas à dinâmica do consumo e na qual, dialeticamente, emergem afirmações particularistas em relação a espaço, etnia ou gênero, entre outras marcas identitárias de alteridade. Carolina Maria de Jesus destaca-se nos primórdios desse cenário como autora em todos esses aspectos excêntrica, mas igualmente como produtora de uma escrita que escapa a quaisquer essencialismos, trazendo a marca do hibridismo. O artigo pretende analisar o descentramento que lhe é peculiar como decorrente de um processo de criação conceituado por Raffaella Fernandez (2015) como “poética de resíduos”, que consiste em uma mescla de estilos literários desterritorializados, muitas vezes em atrito e sem síntese possível no interior de Quarto de despejo: diário de uma favelada.
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