Literatura e memória: configuração estética da obra De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2018.4.31316Palavras-chave:
literatura contemporânea, romance, memórias.Resumo
De mim já nem se lembra (2016), de Luiz Ruffato, é um romance epistolar que apresenta assuntos caros ao seu autor, quais sejam, as memórias familiares. No presente artigo, situando-o em uma produção literária contemporânea, propor-se-á um diálogo sobre a multiplicidade de vozes que ressoam juntamente com os discursos dos narradores e que contribuem para a construção estética da obra. Na primeira parte do artigo, apresentar-se-á uma breve reflexão sobre a origem do gênero romanesco e seu desdobramento em romance epistolar para, então, discutir sobre a figura do narrador e sua configuração na obra em questão, sem a pretensão de esgotar as possibilidades de leituras sobre essa figura tão cara à narrativa. Posteriormente, aprofundar-se-á na análise do romance, evidenciando suas particularidades quanto à configuração das memórias familiares, tendo como principal recurso a concepção bakhtiniana do plurilinguíssimo no romance. Dessa forma, será evidenciado o modo como as categorias tempo e espaço são relativizadas no universo romanesco destacando, assim, a engenhosidade da obra.
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