Baudelaire e sua resistência irônica ao capitalismo
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7726.2015.s.23141Palavras-chave:
Homo aestheticus, Homo sacer, Estetização da política, Arte e dinheiroResumo
O texto faz uma leitura do poema em prosa de Baudelaire “La fausse monnaie”
mostrando que se pode deduzir do poema as figuras paradigmáticas do homo aestheticus e do homo sacer. O primeiro incorpora muitos aspectos daquilo que foi sonhado para o novo homem desde o final do século XVIII por pensadores, como os membros do romantismo alemão Friedrich Schlegel e Novalis. Para eles, o artista estaria no topo da humanidade. A arte curaria as feridas abertas pelo progresso e pela alienação que caracteriza o indivíduo moderno. Por outro lado, o homo sacer é pensado, segundo Agamben, como um resto, uma descarga em forma de carne humana que é rejeitada pela sociedade como meio de se manter a estrutura de poder do soberano. Essa paisagem biopolítica não é estática e tem a sua própria dinâmica. Podemos dizer que um lado da moeda depende da existência do outro lado. O espetáculo da violência, pobreza e miséria é parte de nosso mundo estetizado e não o seu oposto. Nesse sentido, o poema é uma espécie de microcosmo de nosso mundo e de sua nova moneyscape.
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Baudelaire and his ironic restriction towards capitalism
Abstract: This text takes a reading of a prose-poem by Baudelaire “La fausse monnaie”, and shows that the paradigmatic figures of homo aestheticus and homo sacer can be deduced from the poem. The first figure incorporates multiple aspects of what was dreamt by thinkers -such as the members of the German Romanticism Friedrich Schlegel and Novalis – for the new man
since the end of the 18th century. For them, the artist would be at the top of humanity. The art would cure the open wounds by the progress and the alienation that characterise the modern individual. On the other hand, according to Agamben, homo sacer is seen like a leftover, a discharge in form of human flesh that is rejected by society as a means of maintaining the structure of the ruler's power. This bio-political landscape is not static and has its own dynamic.
It can be said that one side of the coin depends on the existence of the other. The spectacle of violence, poverty and misery is part of our aestheticised world and not its opposite. This being said, the poem is a kind of microcosm of our world and its new moneyscape.
Keywords: Homo aestheticus; Homo sacer; Political aesthetics; Art and money
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Referências
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BENJAMIN, Walter. Gesammelte Schriften. Das Passagen-Werk. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 1982.
BENJAMIN, Walter. Kapitalismus als Religion. Gesammelte Schriften. Fragmente vermischten Inhalts. Autobiographische Schriften. Frankfurt a.M.: Suhrkamp, 1985. p. 100-103.
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