Avaliação do manuseio de agrotóxicos, qualidade de vida, função pulmonar e marcadores bioquímicos de agricultores da região serrana do Rio Grande do Sul

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-652X.2019.2.32740

Palabras clave:

toxicidade, agrotóxicos, qualidade de vida, função pulmonar.

Resumen

Objetivo: Avaliar os indicadores de utilização de agrotóxicos, níveis de qualidade de vida, função pulmonar e fatores bioquímicos de agricultores de uma região serrana do sul do Brasil. Materiais e Métodos: O estudo caracteriza-se por uma pesquisa de delineamento transversal, no período de 2013 a 2015, sendo avaliados agricultores, de ambos os sexos, com idade igual ou superior a 18 anos, sendo avaliados os indicadores de manuseio e aplicação de agrotóxicos (Classes 1 a 4), utilização de equipamentos de prevenção individual (EPI), níveis de qualidade de vida, função pulmonar (volume expiratório forçado no 1º segundo; capacidade vital forçada; índice de Tiffeneau e fluxo expiratório forçado nos momentos 25 e 75%) e marcadores bioquímicos (hemograma e plaquetas, dosagens séricas de glicose, ureia, creatinina, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), bilirrubinas, gama-glutamiltransferase (GGT) e butirilcolinesterase – BChE). Resultados: Um total de 1.518 agricultores foram avaliados sendo 1.349 (88,9%) do sexo masculino e média de idade de 48,5±12,8 anos, de etnia 100% (n=1.518) caucasiana, com descendência da colonização italiana de 87,5% (n=1.329) e escolaridade predominante do ensino fundamental (n=887; 58,4%). Em relação a qualidade de vida, os agricultores demonstraram valores normativos dentro dos aceitáveis, sem diferenças entre o tipo de exposição aos agrotóxicos. Na função pulmonar os resultados médios também foram dentro dos preditos, com baixa prevalência para doenças pulmonares: asma 3,0% (n=46), enfisema pulmonar 2,3% (n=35) e para doença pulmonar obstrutiva crônica 1,3% (n=20). Conclusão: As variáveis analisadas apresentaram níveis aceitáveis, não tendo relações com os níveis de toxicidades ao uso de agrotóxicos.

Biografía del autor/a

Cristian Roncada, Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), Caxias do Sul, RS, Brasil.

Pós-Doutorando em Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Membro-Pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Educação e Saúde da Criança (NESC-PUCRS)

Professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Crinaça da PUCRS.

Professor do Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG

Talita Perini, Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), Caxias do Sul, RS, Brasil.

Biomédica pelo Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG). Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.

Daniela Duarte Costa, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre, RS, Brasil.

Enfermeira, Mestre em Saúde da Criança pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Caroline Pietta Dias, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID), Porto Alegre, RS, Brasil.

Doutora em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Professora da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança (ESEFID).

Adriana Dalpicolli Rodrigues, Laboratório Alfa Ltda., Caxias do Sul, RS, Brasil.

Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Analista Científica no Laboratório Alfa LTDA. Caxias do Sul, Rio Grande do Sul.

Julia Poeta, Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER), Porto Alegre, RS, Brasil.

Metre em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Professora do Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER).

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Publicado

2019-08-02

Número

Sección

Artigos Originais