Perfil genotípico de Enterococcus faecalis isolados de carne de frango e de infecção urinária pela técnica molecular RAPD-PCR

Autores

  • Arthur Guedes Costa Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Ana Paula Guedes Frazzon Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Pedro Alves D’Azevedo Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
  • Jeverson Frazzon Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Sueli Teresinha Van Der Sand Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Palavras-chave:

Enterococcus faecalis, Ferramentas moleculares, Microbiologia.

Resumo

Enterococcus faecalis são importantes patógenos hospitalares com uma notável capacidade de expressar resistência a vários agentes antimicrobianos. Sua natureza ubíqua e resistência às condições ambientais adversas o torna de fácil propagação através da cadeia alimentar. Devido a isso, o presente estudo investigou a variabilidade genética de 38 isolados de E. faecalis oriundos de carne de frango e de infecção urinária, pela técnica de RAPD-PCR. Para tanto foi utilizado o oligonucleotídeo iniciador M13 para verificar a existência de uma correlação genotípica entre os isolados. O dendrograma formado a partir do perfil RAPD-PCR dos isolados gerou 3 grupos (A, B e C). O grupo A foi composto de aproximadamente 74% (28/38) dos isolados clínicos e alimentares com perfil de multi-resistência a antimicrobianos e com 88% de similaridade. O grupo A foi subdivido em I e II, onde no sub-grupo I estão agrupados todos os isolados clínicos e o sub-grupo II foi composto pela maioria dos isolados alimentares de E. faecalis. O grupo B foi composto de 21% (8/38) dos isolados clínicos e alimentares com 90% de similaridade e subdivido em III, IV e V. O sub-grupo III foi formado por 2 isolados com perfil genético semelhante, sendo um proveniente de infecção urinária (EFAE1260) resistente à eritromicina, e outro proveniente de carne de frango (EFAECL52) sensível a todos os antimicrobianos. No sub-grupo IV com 100 % de similaridade estão duas amostras provenientes de infecção urinária, com perfil de resistência à tetraciclina, eritromicina e ciprofloxacino. Quatro isolados geneticamente idênticos, 3 provenientes de carne de frango (dois sensíveis a todos os antimicrobianos testados e 1 resistente à eritromicina) e 1 de infecção urinária (multi-resistente), se agruparam no sub-grupo V. O grupo C foi formado pelos isolados identificados como Enterococcus spp. Os isolados EFAEC617 e EFAECL51 se agruparam aos demais isolados com 80% de similaridade. Os resultados observados revelam que a técnica de RAPD-PCR pode ser empregada para estudos genotípicos de espécies de enterococos isoladas de diferentes ambientes, como as amostras clínicas e alimentares. Ainda com os resultados obtidos é possível observar que uma rota de transmissão de Enterococcus faecalis resistentes possa estar ocorrendo dos alimentos para humanos.

Biografia do Autor

Arthur Guedes Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Bacharel em Farmácia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Ana Paula Guedes Frazzon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor do Departamento de Microbiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Pedro Alves D’Azevedo, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Professor adjunto do Departamento de Microbiologia, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Brasil.

Jeverson Frazzon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor do Instituto de Ciência e Tecnologia dos Alimentos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

Sueli Teresinha Van Der Sand, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professor do Departamento de Microbiologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil.

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Publicado

2010-03-03

Edição

Seção

Artigos originais