Quando (o) “É de família” vira um fantasma

mulheres e políticas reprodutivas na vida miúda

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.46266

Palavras-chave:

Fam´lias, Mulheres, Narrativas, Gerações, Políticas reprodutivas

Resumo

Este artigo se propõe a refletir sobre as histórias de famílias como tecnologias de governo que conformam as vidas das mulheres. Para tanto, recupera histórias da vida reprodutiva de mulheres brasileiras de diferentes gerações de uma mesma família, tomadas em diferentes pesquisas de minha autoria (2007-2024), a partir do que carregam de assombro, tomando-as como fantasmas da memória que constituem a família e tecem as linhas do parentesco. Desse modo, explora o potencial da memória, da vida miúda e das experiências que se passam nos corpos femininos para teorizar sobre o parentesco contemporâneo, olhando-o a partir de uma outra perspectiva, bem como para o poder da narrativa e as moralidades que circundam a condenação social: “É de família!”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosamaria Carneiro, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil.

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (Unicamp), em São Paulo, SP, Brasil. Professora da Universidade de Brasília (UnB), em Brasília, DF, Brasil.

Referências

Barros, Myriam Lins de. 1987. Autoridade e Afeto. Avós, filhos e netos na família brasileira. Jorge Zahar Editor.

Bataille, Georg. 2015. A experiência interior. Ática.

Duarte, Luiz Fernando D. 2011. Geração, fratria e gênero: um estudo de mandato transgeracional e subjetivação diferencial. Trivium 3 (1): 1-19.

Carneiro, Rosamaria G. 2017a. O peso do corpo negro feminino no mercado da saúde: mulheres, profissionais e feministas em suas perspectivas. Mediações 22 (2): 1-424. https://doi.org/10.5433/2176-6665.2017v22n2p. DOI: https://doi.org/10.5433/2176-6665.2017v22n2p

Carneiro, Rosamaria G. 2017b. Estados nacionais, gerações de mulheres e políticas do parir: analogias e mediações entre Brasil e Espanha. In Saúde, mediações e mediadores, organizado por Carla Teixeira, Carlos Guilherme Almeida, Rita de Cássia Neves. UFRN.

Carneiro, Rosamaria G. 2022. Pieces of a woman: partos domiciliares, luto gestacional e assistência profissional. Interface 26: 1-7. https://doi.org/10.1590/interface.210393. DOI: https://doi.org/10.1590/interface.210393

Carneiro, Rosamaria G. 2023a. Entre a maternidade, a maternagem e a mãe: pânico, apelo e apostas teóricas antropológicas. In Crias extra-muros: ciclo de debates sobre crianças e infâncias durante a pandemia de Covid-19, organizado por Flavia Pires, Emilena Souza; Mohana Morais. Edufma. E-Book. DOI: https://doi.org/10.54948/desidades.vi36.61698

Carneiro, Rosamaria G., e Sonia Maluf. 2023b. A mãe carinhosa: uma antropologia da economia-política das emoções. Atlánticas. Revista Internacional de Estudios Feministas 8 (1): 259-294. https://doi.org/10.17979/arief.2023.8.1.8965. DOI: https://doi.org/10.17979/arief.2023.8.1.8965

Cho, Grace. 2008. Hauting the Korean diaspora: shame, secrecy and the forgotten war. University of Minnesota Press.

Carsten, Janet, org. 2007. Ghosts of memory: essays on remembrance and relatedness. Malden, Blackwell. DOI: https://doi.org/10.1002/9780470692301

Fazzioni, Natália H., e Katia Lerner. 2024. Agenciamentos de mulheres que amamentam: refletindo sobre amamentação, maternidade e internet no Brasil. Interface – Comunicação, Saúde, Educação 28 (4): e220698. https://doi.org/10.1590/interface.240127. DOI: https://doi.org/10.1590/interface.220698

Finamori, Sabrina. 2010. Os fantasmas da memória. Revista Brasileira de Ciências Sociais 25 (72): 163-67. https://doi.org/10.1590/S0102-69092010000100013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69092010000100013

Fonseca, Claudia. 2007. Apresentação. Família, reprodução e parentesco: algumas considerações. Cadernos Pagu (29): 9-35. https://doi.org/10.1590/S0104-83332007000200002. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332007000200002

Fonseca, Claudia, Diana Marre, e Fernanda Rifiotis. 2021. Governança reprodutiva: um assunto de suma relevância política. Horizontes Antropológicos 27 (61): 7-46. https://doi.org/10.1590/s0104-71832021000300001. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71832021000300001

Foucault, Michel. 2006. A ética do cuidado de si como prática de liberdade. In Ética, Sexualidade e Política, organizado por Manoel de Barros Motta. Michel Foucault. Coleção Ditos e Escritos. Vol. 2. Editora Forense Universitária.

Ginsburg, Faye, e Rayna Rapp. 1991. The politics of reproduction. Annual Review of Anthropology 20: 311-43. https://doi.org/10.1146/annurev.an.20.100191.001523. DOI: https://doi.org/10.1146/annurev.an.20.100191.001523

Jardim, Marta. 2007. De sogra para nora para sogra: redes de comércio e de família em Moçambique. Cadernos Pagu (29): 139-70. https://doi.org/10.1590/S0104-83332007000200007. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332007000200007

Hannah, Mary E., Walter J. Hannah, Sheila A. Hewson, Ellen D. Hodnett, Saroj Saigal, e Andrew R. Willan. 2000. Planned caesarean section versus planned vaginal birth for breech presentation at term: a randomised multicentre trial. Term Breech Trial Collaborative Group. Lancet 356 (9239): 1375-83. https://doi.org/10.1016/s0140-6736(00)02840-3. DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(00)02840-3

Meyer, Dagmar. 2005. A politização contemporânea da maternidade: construindo um argumento. Revista Gênero 6 (1): 81-14.

Peixoto, Claricce, e Gleice Luz. 2007. De uma morada à outra: processos de re-coabitação entre as gerações. Cadernos Pagu (29): 171-191. https://doi.org/10.1590/S0104-83332007000200008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332007000200008

Rezende, Claudia B. 2019. Histórias de superação: parto, experiência e emoção. Horizontes Antropológicos 25 (54): 203-25. https://doi.org/10.1590/s0104-71832019000200008. DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-71832019000200008

Russo, Jane, e Marina Nucci. 2020. Parindo no paraíso: parto humanizado, ocitocina e a produção corporal de uma nova maternidade. Interface 24: e180390. https://doi.org/10.1590/interface.180390. DOI: https://doi.org/10.1590/interface.180390

Downloads

Publicado

2024-11-28

Como Citar

Carneiro, R. (2024). Quando (o) “É de família” vira um fantasma: mulheres e políticas reprodutivas na vida miúda. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 24(1), e46266. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2024.1.46266

Edição

Seção

Arranjos Contemporâneos de Convivência