Crítica à política tradicional e posição diferencial
algumas considerações sobre a emergência dos coletivos culturais contemporâneos
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2025.1.45969Palavras-chave:
Crítica à política tradicional, Coletivos Culturais, Posição diferencialResumo
As ondas de protesto pelas quais passou o Brasil (2013-2016) trouxeram consigo “novos sujeitos coletivos” à cena política nacional. Com novas estratégias de ação, novas estruturas de mobilização e significados ao debate político-organizacional, os grupos (auto)denominados coletivos passaram a desafiar tanto as ciências sociais como a esfera política formal. Atentos a essa conjuntura, discutiremos como essa configuração, aqui denominada de contexto de crítica à política tradicional, ajuda a compreender a emergência de novos coletivos. Além da revisão crítica de literatura, recorremos a uma metodologia qualitativa através da análise de entrevistas em profundidade com ativistas e do questionário aplicado junto a 55 coletivos culturais. Os resultados indicam que, embora não haja uma relação causal entre esse contexto e a emergência dos coletivos, esse período é fundamental para percebemos a sedimentação de novos significados no debate político-organizacional como forma dos sujeitos (re)significarem as experiências (associ)ativistas já vivenciadas ou conhecidas.
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