O conservadorismo no Brasil pós-2016 e o exílio enquanto um mecanismo de exclusão política-moral
reflexões a partir da história de vida de Jean Wyllys
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2025.1.45939Palavras-chave:
Exilio, Conservadorismo, História de vida, Jean WyllysResumo
O presente texto reflete sobre o recente exílio enquanto fenômeno político no Brasil pós 2019, data de início do governo presidencial de Bolsonaro. Buscamos apresentar as configurações que relacionam tal mecanismo de exclusão política à ascensão de um conservadorismo no país, sobretudo após o início da última onda conservadora brasileira, mais visível após 2016. Em nosso artigo, avaliamos o uso recorrente do exílio na América Latina e destacamos o uso desse mecanismo também como forma de eliminação de sujeitos que não se encaixam em uma determinada moralidade por meio da análise da trajetória de Jean Wyllys. Para tanto, mobilizamos a história de vida enquanto método. A pesquisa verificou as complexidades do exílio e suas configurações não apenas como uma ferramenta de exclusão política, mas também como um mecanismo de expulsão relacionado à moral.
Downloads
Referências
Barros, Vanessa, e Fernanda Tarabal Lopes. 2014. Considerações sobre a pesquisa em história de vida In Metodologias e analíticas qualitativas em pesquisa organizacional: uma abordagem teórico-conceitual, organizado por Eloísio M. Souza. Edufes.
Biroli, Flávia, Juan Vaggione, e Maria das Dores Machado. 2020. Gênero, neoconservadorismo e democracia: disputas e retrocessos na América Latina. Boitempo.
Bosi, Ecléa. 2003. O tempo vivo da memória: ensaios de psicologia social. Ateliê Editorial.
Bringel, Breno, e Teresa Marques. 2021. Sociologia política do exílio: ativismo transnacional, redes militantes e perfis de exilados. Revista Brasileira de Sociologia. 9 (1): 155-80. https://doi.org/10.20336/rbs.599. DOI: https://doi.org/10.20336/rbs.599
Enloe, Cynthia. 2000. Bananas, Beaches and Bases: Making Feminist Sense of International Politics. University of California Press.
Ferrarotti, Franco. 2007. Las historias de vida como método. Convergencia - Revista de Ciencias Sociales 14 (44): 15-40.
Franco, Leonardo. 2003. El asilo y la proteción internacional de los refugiados en América Latina: analises crítico del dualismo “asilo-refúgio” a la luz del derecho internacional de los derechos humanos. Siglo 21 Editores.
Garbagnoli, Sara. 2016. Against the heresy of immanence: Vatican’s “gender” as a new rhetorical device against the denaturalization of the sexual order. Religion & Gender 6 (2): 187-204. http://doi.org/10.18352/rg.10156. DOI: https://doi.org/10.18352/rg.10156
Gonçalves, Leandro. 2017. Plínio Salgado: um católico integralista entre Portugal e o Brasil (1895-1975). Imprensa de Ciências Sociais.
Gorish, Patrícia, e Victor Mendes. 2016. O Brasil como estado de origem para refugiados LGBTI: contradição entre âmbitos interno externo. Anais do Encontro Nacional da Associação Brasileira de Relações Internacionais (Abri). Belo Horizonte.
Huntington, Samuel. 1957. Conservatism as na ideology. The American Political Science Review 51: 454-73. https://doi.org/10.2307/1952202. DOI: https://doi.org/10.2307/1952202
Jubilut, Liliana. 2007. O Direito Internacional dos refugiados e sua aplicação no ordenamento jurídico brasileiro. Método.
Kreuz, Débora. 2023. “Meu pai não parava um dia de trabalhar... E de fazer política”: o exílio de Miguel Arraes (1965-1979). Varia História 39 (79): 01-24. https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100005. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100005
Lacerda, Marina. 2019. O novo conservadorismo brasileiro: de Reagan a Bolsonaro. Zouk.
Messenberg, Débora. 2017. A direita que saiu do armário: a cosmovisão dos formadores de opinião dos manifestantes de direita brasileiros. Sociedade e Estado 32 (03): 621-47. https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203004. DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203004
Miguel, Luis Felipe. 2016. Da “doutrinação marxista” à "ideologia de gênero": Escola Sem Partido e as leis da mordaça no parlamento brasileiro. Direito & Práxis 715 (3): 590-621. https://doi.org/10.12957/dep.2016.25163. DOI: https://doi.org/10.12957/dep.2016.25163
Miskolci, Richard, e Maximiliano Campana. 2017. Ideologia de gênero: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo. Sociedade e Estado 32 (3): 725-48. https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203008. DOI: https://doi.org/10.1590/s0102-69922017.3203008
Pollak, Michel.1989. Memória, esquecimento e silêncio. Estudos Históricos 2 (3): 3-15.
Quinalha, Renan. 2021. Contra a moral e os bons costumes: a ditadura e a repressão à comunidade LGBT. Companhia das Letras.
Roniger, Luis. 2010. Exílio massivo, inclusão e exclusão política no século 20. Dados – Revista de Ciências Sociais 53 (91): 91-124. https://doi.org/10.1590/S0011-52582010000100004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0011-52582010000100004
Wyllys, Jean, e Adriana Abujamra. 2019. O que será: a história de um defensor dos direitos humanos no brasil. Objetiva.
Sirkis, Alfredo. 1981. Roleta chilena. Record.
Sznajder, Mario, e Luis Roniger. 2009. The politics of exile in Latin America. Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511581373
Tiburi, Marcia. 2018. Como conversar com um fascista: reflexões sobre o cotidiano autoritário brasileiro. Record.
Torpey, John. 2018. The invention of the passaport: surveillance, citizenship and the State. 2. ed. Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/9781108664271
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Civitas: revista de Ciências Sociais

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.