“Na medida do impossível”
Covid-19 e o cotidiano em uma periferia fluminense
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2021.3.40558Palavras-chave:
Covid-19, Segregação urbana, Raça, FomeResumo
Tomando como contexto de pesquisa o Conjunto Habitacional Matadouro, popularmente conhecido como Portelinha, localizado na cidade de Campos dos Goytacazes, o presente artigo apresenta o resultado de pesquisas realizadas junto aos moradores com o objetivo de compreender o impacto da Covid-19. Interrogamo-nos sobre os casos de contaminação; se existiam como eram tratados e como a queda de empregos formais e informais afetava essa população. Como metodologia de coleta de dados realizamos entrevistas semiestruturadas, mediadas por uso de tecnologia de comunicação, incursões de observação e entrevistas presenciais, principalmente com pessoas que não possuíam acesso à internet. Nesse sentido, pudemos concluir que a forma de segregação urbana experimentada pelos moradores colaborou para o baixo número de contaminação, maior dependência das políticas de assistência social e dificuldades de inserção no mercado de trabalho formal e informal. Um dos achados laterais de nossa pesquisa corrobora o quadro de insegurança alimentar vivido no Brasil desde o início da pandemia.
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