“Não sou empregada, sou cuidadora”
O trabalho de fronteira em torno de uma nova ocupação
DOI:
https://doi.org/10.15448/1984-7289.2022.1.40548Palavras-chave:
Cuidado, Cuidadoras, Serviços domésticos, Novas ocupações, InterseccionalidadeResumo
Este artigo busca investigar o trabalho de fronteira em torno do cuidado de idosos enquanto uma possibilidade de ocupação específica e diferenciada no Brasil. Para tal, analisa os discursos produzidos pelo estado sobre a figura da cuidadora de idosos, a partir de análise documental. Em seguida, discute o distanciamento estratégico entre a profissional do cuidado e a trabalhadora doméstica, mobilizando pesquisas qualitativas realizadas entre 2014 e 2017, no Rio de Janeiro e em São Paulo, com: (1) empresas que agenciam os serviços de cuidadoras de idosos, atuantes em domicílio e; (2) acompanhantes de idosos que trabalham em uma política pública que oferece cuidado domiciliar. A partir de uma perspectiva interseccional, discute-se como as cuidadoras que atuam em domicílio visam se desvencilhar do trabalho doméstico, enquadrado narrativamente como distinto, a despeito da proximidade e da imbricação entre o campo do cuidado e o dos serviços domésticos.
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