Repertórios organizacionais, diferenciação regional e profissionalização da defesa de causas ambientais no Brasil

Autores

  • Wilson José Ferreira Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-7289.2015.3.19938

Palavras-chave:

Repertórios organizacionais. Contexto político. Engajamento individual. Defesa de causas públicas. Profissionalização. Ambientalismo.

Resumo

Esse artigo examina as relações entre as condições e os processos de emergência, de expansão e de diferenciação da defesa de causas ambientais e as dinâmicas de institucionalização e de profissionalização do ativismo ambiental. Trata-se dedestacar, por um lado, as dinâmicas variáveis de emergência e de construção da defesa do meio ambiente como uma causa pública e, por outro, suas relações com a grande diferenciação regional das organizações vinculadas aos processos de emergência e de difusão do ativismo ambiental no Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Wilson José Ferreira Oliveira, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui bacharelado (1991) e licenciatura (1995) em Ciências Sociais, mestrado em Sociologia (1995) e doutorado em Antropologia Social (2005), todos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atualmente é professor Associado 2 da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Departamento de Ciências Sociais (DCS), no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) e no Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA). Tem formação e experiência profissional em Antropologia, Sociologia e Ciência Política. Pesquisa na área de Etnografia Política com ênfase nas Temáticas: Partidos Políticos, Movimentos Sociais e Políticas Públicas. É coordenador do Laboratório de Estudos do Poder e da Política (http://leppufs.blogspot.com.br/p/coordenacao.html) e pesquisador do Observatório de Elites Políticas e Sociais do Brasil (http://observatory-elites.org/).

Referências

ABONG. Associação brasileira de organizações não governamentais. ONGs no Brasil: perfil das associadas à Abong. São Paulo: Abong, 2006.

AGRIKOLINSKY, E. La ligue française des droits de l’homme et du citoyen depuis 1945. Paris: L’Harmattan, 2002.

ALONSO, Â. As teorias dos movimentos sociais – um balanço do debate. Lua Nova, v. 76, p. 49-86, 2009 .

ALONSO, Â.; COSTA, V. Ciências Sociais e meio ambiente no Brasil: um balanço bibliográfico. BIB, n. 53, p. 35-78, 2002a.

ALONSO, Â.; COSTA, V. Por uma sociologia dos conflitos ambientais no Brasil. In: H. Alimonda (org.). Ecología política: naturaleza, sociedad y utopía. Buenos Aires: Clacso, 2002b, p. 115-135.

ALONSO, Â.; COSTA, V.; MACIEL, D. A. Identidade e estratégia na formação do movimento ambientalista brasileiro. Novos Estudos Ceprab, 79, p. 151-167, 2007 .

ANDREOLI, C. V. Principais resultados da política ambiental brasileira: o setor público. Revista de Administração Pública, v. 26, n. 4, p. 10-31, 1992.

ANQUENTIN, V. Produire une politique municipale de l’environnement: La regulation des interactions des acteurs locaux par l’“expertise” In: P. Hamman; J-M. Méon; B. Verrier. Discours savants, discours militants: mélange des genres. Paris: L’Harmattan, 2002. p. 129-151.

AVRITZER, L. (org.). A participação social no Nordeste. Belo Horizonte: EdUFMG, 2007.

BALANDIER, Georges. Voir ailleurs, pouvoir ici. Raisons Politiques, n. 22, p. 15-22, 2006.

BONES, E.; HASSE, G. Pioneiros da ecologia: breve história do movimento ambientalista no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Já Editores, 2002.

CARVALHO, I. C. de M.; SCOTTO, G. (orgs.). Conflitos socioambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Graphos, 1995. p. 25-101.

CEFAÏ, D. Comment se mobilise-t-on? L’apport d’une approche pragmatiste à la sociologie de l’action collective. Sociologie et Sociétés, v. 41, n. 2, p. 245-269, 2009 .

CEFAÏ, D. La construction des problèmes publics: définitions de situations dans des arènes publiques. Réseaux, v. 14, n. 75, p. 43-66, 1996 .

CLEMENS, Elisabeth S. Repertórios organizacionais e mudança institucional: grupos de mulheres e a transformação da política nos EUA, 1890-1920. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 3, p. 161-218, 2010.

CLEMENS, Elisabeth S.; MINKOFF, Debra. Beyond the Iron law: rethinking the place of organizations in social movement reserach. In: David A. Snow; Sarah A. Soule; Hanspeter Kriese (orgs.). The Blackwell companion to social movements(Blackwell Companions to Sociology). Oxford: Blackwell Publishing, 2009. p. 155-170.

CORADINI, O. L. Escolarização, militantismo e mecanismos de participação política. In: B. Heredia et al. (org.). Como se fazem eleições no Brasil. Rio de Janeiro: Relume- Dumará, 2002. p. 103-153.

DREYER, L. Sinfonia inacabada: a vida de José Lutzenberger. Porto Alegre: Vidicom Audiovisuais Edições, 2004.

GALLET, G. L’expertise, outil de l’activisme environnemental chez Greenpeace France. In: P. Hamman; J-M. Méo; B.Verrier. Discours savants, discours militants: mélange des genres. Paris: L’Harmattan, 2002. p. 109-128.

GOIRAND, Camille. Penser les mouvements sociaux d’Amérique Latine: les approches des mobilisations depuis les anneés 1970. Revue Française de Science Politique, v. 60, n. 3, p. 445-466, 2010 .

GUIMARÃES, R. M. A. M. Estado e política ambiental em Sergipe. São Cristóvão, 2008. (Dissertação de mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, PPG em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal de Sergipe).

JUHEM, P. La légitimation de la cause humanitaire: Un discours sans adversaires. Mots, n. 65, p. 9-27, 2001 .

LANDIM, L. Experiência militante: história das assim chamadas ONGs. Lusotopie, n. 1, p. 215-239, 2002.

LEITE LOPES, J. S. A ambientalização dos conflitos sociais: participação e controle público da poluição industrial. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2004.

LINZ, J. J.; STEPAN, A. A transição e consolidação da democracia: a experiência do Sul da Europa e da América do Sul. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

LOUREIRO, M. R.; PACHECO, R. S. Formação e consolidação do campo ambiental no Brasil: consensos e disputas (1972-1992). Revista de Administração Pública, v. 29, n. 4, p. 137-153, 1995.

MAFRA, H. (org.). Desafios e perspectivas do movimento ambientalista no Brasil. Brasília: Fundação Francisco, 1995.

MATHIEU, L. Contexte politique et opportunités. In: O. Fillieule; E. Agrikoliansky; I. Sommier. Penser les mouvements sociaux: conflits sociaux et contestations dans les societés contemporaines. Paris: La Découverte, 2010. p. 39-54.

MATHIEU, L. Rapport au politique, dimensions cognitives et perspectives pragmatiques dans l’analyse des mouvements sociaux. Revue Française de Science Politique, v. 52, n. 1, p. 75-100, 2002 .

MATONTI, F.; POUPEAU, F. O capital militante: tentativa de definição. Tradução: Ernesto Seidl. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, n. 155, p. 5-11, 2004.

McADAM, D.; McCARTHY, J. D.; ZALD, M. N. (orgs.). Comparative perspectives on social movements: political opportunities, mobilizing estructures and cultural framings. Cambridge: Cambridge University Press, 1996 .

McCARTHY, J. D.; ZALD, M. Resource mobilization and social movements: A partial theory. The American Journal of Sociology, v. 82, n. 6, p. 1212-1241, 1977 .

MEMMI, D. L’Engagement politique. In: M. Grawitz; J. Leca. Traité de Science Politique: L’action politique, v. 3. Paris: PUF, 1985. p. 310-366.

MISCHE, A. De estudantes a cidadãos: redes de jovens e participação política. Revista Brasileira de Educação, n. 5 e 6, p. 134-150, 1997.

OLIVEIRA, V. M. S. Movimento social e conflitos socioambientais no Bairro América – Aracaju, SE: o caso da Companhia de Cimento Portland de Sergipe (1967-2000). Aracaju, 2008 (Dissertação de mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente, UFS).

OLIVEIRA, W. J. F. de. “Paixão pela natureza”, atuação profissional e participação na defesa de causas ambientais no Rio Grande do Sul entre 1970 e início dos anos 2000. Porto Alegre, 2005 (Tese de doutorado em Antropologia Social, PPG em Antropologia Social, Ufrgs) .

OLIVEIRA, W. J. F. de. Gênese e redefinições do militantismo ambientalista no Brasil. Dados – Revista de Ciências Sociais, v. 51, n. 3, p. 751-777, 2008a .

OLIVEIRA, W. J. F. de. Maio de 68: mobilizações ambientalistas e sociologia ambiental. Mediações - Revista de Ciências Sociais. Londrina, v. 13, n.1-2, p. 87-108, 2008b .

OLIVEIRA, W. J. F. de. Posição de classe, redes sociais e carreiras militantes no estudo dos movimentos sociais. Revista Brasileira de Ciência Política, v. 3, p. 49-77, 2010.

OLIVEIRA, W. J. F. de. A arte de resistir às palavras: inserção social, engajamento político e militância múltipla. In: Ernesto Seidl; Igor Gastal Grill (org.). As ciências sociais e os espaços da política no Brasil, v. 1. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2013. p. 141-178.

OLIVEIRA, W. J. F. de. Gênese e diferenciação do ambientalismo. In: W. J. F. de Oliveira (org.). Engajamento e militância política em Sergipe: contexto político, engajamento individual e atuação profissional. São Cristóvão: Edufs, 2014. p. 27-64.

OLLITRAULT, S. De la caméra à la pétition-Web: le répertoire médiatique des écologistes. Réseaux, Paris: Hermès Science Publications, n. 98, p. 153-185, 1999 .

PÁDUA, J. A. O nascimento da política verde no Brasil: fatores exógenos e endógenos. Revista Ciências Sociais Hoje, São Paulo: Vértice, 1992. p. 190-216.

PIERRU, E. Organisations et ressources. In: O. Fillieule; E. Agrikolinsky; I. Sommier. Penser les mouvements sociaux: conflits sociaux et contestations dans les societés contemporaines. Paris: La Découverte, 2010. p. 19-38.

ROOTES, C. (org.). Environnmental movements: local, national and global. London: Frank Cass, 1999.

SIMÉANT, J.; DAUVIN, P. Le travail humanitaire: les acteurs des ONG, du siege au terrain. Paris: Presses de Sciences Po, 2002.

TARROW, S. O poder em movimento: movimentos sociais e confronto político. Petrópolis: Vozes, 2009.

TONI, F. Novos rumos e possibilidades para os estudos dos movimentos sociais. BIB – Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, n. 52, p. 79-104, 2001.

URBAN, T. Missão (quase) impossível: aventuras e desventuras do movimento ambientalista no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis, 2001.

VIOLA, E. O movimento ambientalista no Brasil, 1971-1991: da denúncia e conscientização pública para a institucionalização e o desenvolvimento sustentável. Ciências Sociais Hoje, v. 12, p. 132-161, 1992.

WAGNER, A. C. Syndicalistes européens: Les conditions sociales et institutionnelles de l’internationalisation des militants syndicaux. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, n. 155, p. 13-34, 2004 .

ZHOURI, A.; LASCHEFSKY, K.; PEREIRA, D. B. A insustentável leveza da política ambiental: desenvolvimento e conflitos socioambientais. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

Downloads

Publicado

2016-01-14

Como Citar

Oliveira, W. J. F. (2016). Repertórios organizacionais, diferenciação regional e profissionalização da defesa de causas ambientais no Brasil. Civitas: Revista De Ciências Sociais, 15(3), 528–545. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2015.3.19938