Corpos negros e as cenas que não vi: um ensaio sobre os vazios de uma pesquisa criminológica situada
DOI:
https://doi.org/10.15448/2177-6784.2016.1.23717Palavras-chave:
feminismo, crítica, feminismo negro, criminologia.Resumo
Inspirado pela crítica realizada pela autora norteamericana bell hooks ao movimento feminista e à produção de conhecimento no feminismo acadêmico, este ensaio quer ser uma tentativa de autocrítica do trabalho acadêmico por mim produzido na área de criminologia e feminismo. A proposta – que tem olhos prospectivos e retrospectivos – é, assumindo a posição de mulher branca que produz conhecimento em um espaço acadêmico privilegiado, desconstruir esse conhecimento adquirido e produzido até aqui e iniciar a construção das bases de uma pesquisa que possa ser denominada interseccional e recolocar algumas perguntas para a criminologia com recorte feminista.
Referências
ANDRADE, Vera Regina Pereira de. A soberania patriarcal. O sistema de justiça criminal no tratamento da violência sexual contra a mulher. Revista Seqüência – Estudos Jurídicos e Políticos, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da UFSC, Florianópolis, v. 26, n. 50, 2005.
ANTONY, Carmen. Mujeres invisibles: las cárceles femeninas en América Latina. Nueva Sociedad, n. 208, mar./abr. 2007. Disponível em: http://www.nuso.org/upload/articulos/3418_1.pdf.
BERTÚLIO, Dora Lúcia de Lima. Direito e relações raciais: uma introdução crítica ao racismo. Dissertação (Mestrado em Direito) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1989.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação, Cadernos Pagu, n. 26, p. 329-365, 2006.
BRITTON, Dana. Feminism in Criminology: Engendering the Outlaw. In: The Annals of the American Academy of Political and Social Science. 2000. p. 571. Disponível em: http://ann.sagepub.com/cgi/content/abstract/571/1/57.
BURGESS-PROCTOR, Amanda. Intersections of race, class, gender, and crime: future directions for feminist criminology. Feminist Criminology, v. 1, 2006. Disponível em: http://fcx.sagepub.com/cgi/content/abstract/1/1/27.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na américa latina a partir de uma perspectiva de gênero. Disponivel em https://www.google.com.br/search?q=enegrecer+o+feminismo&oq=enegrecer+o+feminismo&aqs=chrome..69i57j0.3064j0j7&sourceid=chrome&espv=210&es_sm=122&ie=UTF-8#>. Acesso em: 27 ago. 2013.
______. Mulheres em movimento. In: Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 17, n. 49, p. 117-132, Sept./Dec. 2003.
______. Raça, gênero e ascensão social. In: Revista de Estudos Feministas, v. 3, n. 2, p. 544-552, 1995.
CASTRO, Lola Aniyar de. “Las mujeres confinadas” de Carmen Antony García. In: Capítulo Criminológico, v. 31, n. 1, p. 121-125, enero-marzo 2003.
CHALHOUB, Sidney. Medo branco de almas negras: escravos libertos e republicanos na cidade do Rio. In: Discursos sediciosos: Crime, Direito e Sociedade, Instituto Carioca de Criminologia, Rio de Janeiro, ano 1, n. 1, p. 169-189, 1º sem. 1996.
COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thought. New York, Routledge, 2000.
CRENSHAW, Kimberlé. A intersecionalidade na discriminação de raça e gênero. Disponível em: <http://www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/09/Kimberle-Crenshaw.pdf. Acesso em: 27 ago. 2013.
______. Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. University of Chicago Legal Forum (1989). p. 139-167.
______. Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, n. 1, p. 171-189, 2002.
DAVIS, Angela Y. A democracia da abolição: para além do império das prisões e da tortura. Trad. Artur Neves Teixeira. Rio de Janeiro: DIFEL, 2009.
FLAUSINA, Ana Luiza Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.
GELSTHORPE, Loraine. Feminism and criminology. In: The Oxford Handbook of Criminology. 2. ed. Oxford: Oxford Press, 1997.
GOLDENBERG, Maya J. The Problem of Exclusion in Feminist Theory and Politics: A Metaphysical Investigation into Constructing a Category of “Woman’’. In: Journal of Gender Studies, v. 16, n. 2, p. 139-153.
GONZALES, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, p. 223-244, 1984.
HARRIS, Angela P. Race and Essentialism in Feminist Legal Theory. Stanford Law Review, v. 42, n. 3, p. 581-616, 1990. Disponível em: http://works.bepress.com/angela_harris/6>. Acesso em: 27 ago. 2013.
HEIDENSOHN, Frances. Gender and Crime. In: The Oxford Handbook of Criminology. 2. ed. Oxford: Oxford Press, 1997.
HEIDENSOHN, Frances; GELSTHORPE, Loraine. Gender and Crime. In: The Oxford Handbook of Criminology. 4. ed. Oxford: Oxford Press, 2007.
hooks, bell. Ain´t I a woman. London: Pluto Press, 1981.
______. Feminism is for everybody. Cambridge: South End Press, 2000.
______. Intelectuais negras. In Revista de Estudos Feministas, ano 3, n. 2, p. 463-478, 1995.
______. Yearning: race, gender, and cultural politics. Cambridge: South End Press, 1990.
LARRAURI, Elena. Mujeres y Sistema Penal. Buenos Aires: Editorial B de F., 2008.
MACKINNON, Catharine. Feminism unmodified: discourses on life and law, 1987.
MAGALHÃES, Camilla. Assédio sexual: o direito das mulheres entre o feminismo e o punitivismo. In: Colnago , Lorena de Mello Rezende; Alvarenga , Rúbia Zanotelli de (Org.). Direitos humanos e direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2013a. Vol. 1, p. 254-267.
______. Lei Maria da Penha, Feminismo e Sistema de Justiça Criminal – uma abordagem teórica a partir das Criminologias Feministas. In: Semin ário Internacional Fazendo Gênero , 10., 2013, Florianópolis. Anais ... [eletrônico]. Florianópolis, 2013b.
MARION YOUNG, Iris. Justice and the politics of difference. New Jersey: Princeton University Press, 2011.
MOORE, Henrietta L. Fantasias de poder e fantasias de identidade: gênero, raça e violência. In Cadernos Pagu, n. 14, p. 13-44, 2000.
OLMO, Rosa del. Reclusion de mujeres por delitos de drogas reflexiones iniciales. Disponível em <http://www.cicad.oas.org/reduccion_demanda/esp/Mujer/venezuel.pdf. Acesso em: 27 ago. 2013.
PAIXÃO, Marcelo; GOMES, Flávio. Histórias das diferenças e das desigualdades revisitadas: notas sobre gênero, escravidão, raça e pós-emancipação. In: Revista de Estudos Feministas, Florianópolis, v. 16, n. 3, p. p. 949-964, set.-dez. 2008.
PEREIRA, Ana Claudia Jaquetto. Feminismo negro no Brasil: a luta política como espaço de formulação de um pensamento social e político SUBALTERNO. Disponivel em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/10/resources/anais/20/1384786554_ARQUIVO_AnaClaudiaJaquettoPereira.pdf. Acesso em: 27 ago. 2013.
PISCITELLI, Adriana. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade e Cultura, v. 11, n. 2, p. 263-274, jul.-dez. 2008.
SCHWARTZ, Martin D.; MILOVANOVIC, Dragan (Eds.). Race, gender, and class in criminology: the intersection. New York: Garland Publishing, 1996.
VIANA, Elizabeth do Espírito Santo. Lélia Gonzalez e outras mulheres: Pensamento feminista negro, antirracismo e antissexismo. In: Revista da ABPN, v. 1, n. 1, p. 52-63, mar.-jun. 2010.
WELLER, Vivian. A presença feminina nas subculturas: a arte de se tornar visível. In: Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 107-126, jan.-abr. 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
DIREITOS AUTORAIS
A submissão de originais para a Sistema Penal & Violência implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Sistema Penal & Violência como o meio da publicação original.
LICENÇA CREATIVE COMMONS
Em virtude de ser uma revista de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações científicas e educacionais, desde que citada a fonte. De acordo com a Licença Creative Commons CC-BY 4.0, adotada pela Sistema Penal & Violência o usuário deve respeitar os requisitos abaixo.
Você tem o direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercialmente.
Porém, somente de acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de maneira alguma que sugira que a Sistema Penal & Violência apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.
Avisos:
Você não tem de cumprir com os termos da licença relativamente a elementos do material que estejam no domínio público ou cuja utilização seja permitida por uma exceção ou limitação que seja aplicável.
Não são dadas quaisquer garantias. A licença pode não lhe dar todas as autorizações necessárias para o uso pretendido. Por exemplo, outros direitos, tais como direitos de imagem, de privacidade ou direitos morais, podem limitar o uso do material.
Para mais detalhes sobre a licença Creative Commons, siga o link no rodapé desta página eletrônica.