Vidas (hiper)precárias: Políticas públicas penais e de segurança face às condições e vida de travestis e transexuais no Rio Grande do Sul
DOI:
https://doi.org/10.15448/2177-6784.2014.2.18589Palavras-chave:
Travestilidades. Transexualidades. Sistema Penal. Sistema de Segurança Pública.Resumo
Este artigo visa a analisar as experiências sociais de travestis e transexuais face o sistema penal e de segurança pública do Rio Grande do Sul, a fim de identificar como tais pessoas são tratadas e capturadas pelos mesmos. Para isso, foram desenvolvidas duas pesquisas, calcadas na aplicação de entrevistas a travestis e transexuais, a profissionais e técnicos penitenciários e a gestores da política penal e de segurança pública. As informações coletadas – que foram literalmente transcritas e, então, interpretadas – demonstraram, por um lado, a intensificação institucional da preocupação para com o acesso a prerrogativas da população trans e, por outro, a permanência de comportamentos discriminatórios na atuação de agentes estatais. Ainda, indicaram limitações materiais das políticas públicas examinadas e, por fim, a possibilidade de assimilação e de reprodução – por parte de travestis e transexuais – das diferentes formas de violência sofridas no interior do sistema penal e de segurança.Referências
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