Lugares perpassados: música e loucura como paradigmas da escrita no imaginário material de Marguerite Duras
DOI:
https://doi.org/10.15448/2526-8848.2020.1.36448Palavras-chave:
Imaginação material. Escrita feminina. Música e escrita. Loucura e escrita.Resumo
No momento de sua trajetória em que se dedica prioritariamente ao cinema, Marguerite Duras propõe, em um livro elaborado a partir de entrevistas com Michelle Porte, Les Lieux de Marguerite Duras (1977), uma série de figuras que, à maneira do que Gaston Bachelard (2001b) chamou de “imaginação material”, formam o que poderíamos identificar como uma mitologia pessoal da autora. Esse conjunto de signos-imagens reaparece com relativa estabilidade ao longo de sua obra, o que permite a Duras referir-se a obras de sua autoria bastante distantes temporalmente, mas com elementos em comum aos quais ela busca dar uma formulação. Nesse contexto, a invenção mítica da escrita feminina relaciona-se com noções como a música e a loucura, que se mostram como paradigmas imaginários de uma poética da porosidade. Uma leitura cerrada desse livro de Duras e Porte permitirá revelar a trama conceitual que atravessa essas formula-ções e iluminar aspectos centrais da poética literária, teatral e fílmica de Duras.
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