Narrativa, imagem e potência em “Tudo o que tenho levo comigo”, de Herta Müller
DOI:
https://doi.org/10.15448/2526-8848.2019.2.33267Palavras-chave:
Gulag, Herta Müller, Imagem poética, Literatura Comparada.Resumo
O romance “Tudo o que tenho levo comigo”, da escritora romeno-alemã Herta Müller, é constituído por uma série de imagens poéticas que são produto da visão pictórica de seu narrador, Leo Auberg. Aos dezessete anos, o jovem romeno é deportado para um gulag após a ocupação de seu país pelas tropas soviéticas e encontra na observação da beleza dos elementos de seu cotidiano no campo de trabalhos forçados uma forma de resistir à violência física e psicológica a que é submetido. O presente trabalho tem como objetivo sugerir que em vez de encobrir os horrores dos gulags, a estetização presente na obra de Müller evidencia a crueldade dos crimes cometidos pelos soviéticos tornando-a, portanto, tão válida quanto as narrativas testemunhais sobre o assunto.
*** Narrative, imagery and potency in Herta Müller’s “Atemschaukel” ***
“The Hunger Angel”, a novel by Romanian-born German author Herta Müller, consists of successive ima- gery arising from the picturesque vision of its narrator, Leo Auberg. At the age of seventeen, the young Romanian is deported to a gulag after the occupation of his country by Soviet troops and finds in observing the beauty of the elements of his daily life at the forced labor camp a way of resisting the physical and psychological violence to which he is subjected. This article aims to suggest that instead of concealing the horrors of the forced labor camps, the aestheticization found in Müller’s novel rather emphasizes the cruelty of the crimes committed by the Soviets, thus making it as valid as testimonial literature works on the subject.
Keywords: Comparative Literature; Gulag; Herta Müller; Imagery.
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