Entre a finitude e a autenticidade: o ser-para-a-morte como indicativo de uma existência autêntica em “A morte de Ivan Ilitch”, de Liev Tolstói
DOI:
https://doi.org/10.15448/2526-8848.2019.2.33203Palavras-chave:
Literatura Russa, Finitude, Autenticidade, Ser-para-a-morte.Resumo
O artigo propõe uma hipótese de leitura da narrativa “A morte de Ivan Ilitch” (1886), do escritor russo Liev Tolstói (1828-1910), a partir da analítica ontológica heideggeriana. Com base, especialmente, na categoria ser-para- -a-morte, exposta na obra Ser e Tempo (1927), focaliza-se a trajetória problemática da biografia de Ivan Ilitch, com o objetivo de demonstrar que o discurso narrativo desta novela encontra-se sobredeterminado pelas instâncias discursivas da finitude e autenticidade, que se articulam de maneira orgânica e formam um esquema estético reflexivo sobre a consciência da finitude representar ao sujeito o enriquecimento axiológico de seu processo existencial. Diante dessa análise hermenêutico-fenomenológica, a abordagem da biografia do personagem Ivan Ilitch, como sujeito que morreu sem lograr uma singularidade autêntica, permitiu-nos discorrer acerca da vulnerabilidade do sentido da existência e a negação da finitude presente tanto no discurso ficcional quanto no processo histórico-social.
*** Between the finitude and the authencity: the being-to-death as manifestation of an authentic existence in “The death of Ivan Ilitch”, by Leo Tolstoy ***
The article proposes a hypothesis of reading the narrative “The Death of Ivan Ilitch” (1886), by the Russian writer Leo Tolstoy (1828-1910), based on the Heideggerian ontological analysis. Based mainly on the being-to-death category, exposed in the work Being and Time (1927), the problematic trajectory of Ivan Ilitch’s biography is focused, with the objective of demonstrating that the narrative discourse of this novel is, overdetermined by the discursive instances of finitude and authenticity, which articulate in an organic way, and form a reflexive aesthetic scheme on the consciousness of finitude representing to the subject the axiological enrichment of its existential process. In view of this hermeneutic-phenomenological analysis, Ivan Ilitch’s biographical approach, as subject that died without achieving an authentic singularity, allowed us to talk about the vulnerability of the meaning of existence and the denial of finitude present in both fictional discourse and the historical-social process.
Keywords: Russian Literature; Finitude; Authenticity; Being-to-death.
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