A poesia espacial em O deserto dos tártaros, de Dino Buzzati
DOI:
https://doi.org/10.15448/2526-8848-2019.1.32955Palavras-chave:
O deserto dos tártaros, Dino Buzzati, Narrativa poética, Espaço.Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar a poesia espacial – a expressão é de Max Milner – em O deserto dos tártaros (1940), de Dino Buzzati. Embora seja frequentemente classificado como romance, demonstramos que esse texto é, na verdade, uma narrativa poética. À luz, sobretudo, da teoria de Tadié em Le récit poétique (1978), investigamos a categoria do espaço, pois ela constrói as formas poéticas que, geralmente, contrariam a lógica do gênero romanesco. Nosso foco é tripartido em: 1) análise dos aspectos que conferem centralidade ao espaço; 2) exame da criação de imagens discursivas; 3) sondagem dos recursos estilísticos (descrição, predomínio do imperfeito, paralelismo etc.).
*** The spatial poetry in The tartar steppe, by Dino Buzzati ***
This article aims to analyze the spatial poetry – the expression is by Max Milner – in The tartar steppe (1940) by Dino Buzzati. Although often classified as a novel, we demonstrate that this text is, in fact, a poetic narrative. Mainly in the light of the theory by Tadié in Le récit poétique (1978), we investigate the space category because it builds the poetic forms that usually contradict the logic of the novel genre. Our focus is tripartite in: 1) analysis of the aspects that give centrality to space; 2) examination of the creation of discursive images; 3) research of stylistic resources (description, predominance of the imperfect, parallelism, etc.).
Keywords: The tartar steppe; Dino Buzzati; Poetic narrative; Space.
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor Wiesengrund. Palestra sobre lírica e sociedade. In: ADORNO, Theodor Wiesengrund. Notas de literatura I. Trad. Jorge Mattos Brito de Almeida. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2003. p. 65-89. (Coleção Espírito Crítico).
BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Trad. Antônio da Costa Leal; Lídia do Valle Santos Leal. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984. (Coleção Os Pensadores).
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. Trad. Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006.
BAUDELAIRE, Charles. Les fleurs du mal. Paris: Calmann-Lévy, 1860.
BAUDELAIRE, Charles. Poesia e prosa. Trad. Ivan Junqueira. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995.
BAUDELAIRE, Charles. Salon de 1846. In: BAUDELAIRE, Charles. Curiosités esthétiques. Paris: Michel Lévy Frères, 1868. p. 77-198.
BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Cultrix, 1993.
BUZZATI, Dino. O deserto dos tártaros. Trad. Aurora Fornoni Bernardini; Homero Freitas de Andrade. Rio de Janeiro: Record; Altaya, 1996. (Coleção Mestres da Literatura Contemporânea).
https://doi.org/10.22533/at.ed.70419250111
CANDIDO, Antonio. Quatro esperas. In: CANDIDO, Antonio. O discurso e a cidade. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2015. p. 147-161.
CARPEAUX, Otto Maria. História da literatura ocidental. 3. ed. Brasília: Senado Federal, 2008.
ELIOT, Thomas Stearns. Tradição e talento individual. In: ELIOT, Thomas Stearns. Ensaios. Trad. Ivan Junqueira. São Paulo: Art, 1989. p. 37-48.
JAKOBSON, Roman. Linguística e poética. In: JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. Trad. Izidoro Blikstein; José Paulo Paes. 24. ed. São Paulo: Cultrix, 2007. p. 118-162.
LEFEBVE, Maurice-Jean. Estrutura do discurso da poesia e da narrativa. Trad. José Carlos Seabra Pereira. Coimbra: Almedina, 1975.
MERQUIOR, José Guilherme. A astúcia da mímese: ensaios sobre lírica. Rio de Janeiro: José Olympio, 1972.
PESSOA, Fernando. Poemas escolhidos. São Paulo: Klick, 1997.
RICHARDS, Ivor Armstrong. Princípios de crítica literária. Trad. Rosaura Eichenberg; Flávio Oliveira; Paulo Roberto do Carmo. Porto Alegre: Globo; Ed. Universidade de São Paulo, 1967. (Série Universitária).
RIFATERRE, Michael. La production du texte. Paris: Seuil, 1979. (Collection Poétique). TADIÉ, Jean-Yves. Le récit poétique. Paris: PUF, 1978.
TORRANO, José Antonio Alves. O mundo como função de musas. In: HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. Trad. José Antonio Alves Torrano. 3. ed. São Paulo: Iluminuras, 1995. p. 8-83.
VARELA, Ângela. Configurações do poema em prosa: de Notas marginais de Eça ao Livro do desassossego de Pessoa. Lisboa: Imprensa Nacional; Casa da Moeda, 2011.
https://doi.org/10.17851/2359-0076.34.52.187-193
WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. Trad. José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Scriptorium
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Scriptorium implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Scriptorium como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.