O popular e o erudito: a música nos contos de Machado de Assis
DOI:
https://doi.org/10.15448/2526-8848.2018.2.32183Palavras-chave:
criação musical, relações sociais, narrativa.Resumo
Este artigo tem por objetivo identificar elementos referentes à criação musical do século XIX na obra de Machado de Assis. Para esse fim, escolhemos os contos “O machete”, “Um homem célebre” e “Cantiga de esponsais”, que abordam a presença da música a partir de leituras distintas que têm em comum o aprofundamento de conflitos, em vista da música como elemento subjetivo capaz de mover as paixões interiores e instigar os instintos humanos. Além disso, esses três contos cumprem com extrema correção o papel de determinar os espaços referentes à música em suas vertentes popular e erudita, corporificando um tempo em que a indústria cultural e os meios de reprodução técnica ainda não tinham se manifestado em sua configuração definitiva.
*** The popular and the erudite: the music in the tales of Machado de Assis ***
This article aims to identify elements related to the musical creation of the 19th century in the work of Machado de Assis. To that end, we chose the short stories “O machete”, “Um homem célebre” and “Cantiga de esponsais”, which deal with the presence of music from different approaches that have in common the deepening of conflicts, in view of music as an element subjective ability to move the inner passions and instigate human instincts. Moreover, these three tales fulfill with extreme correctness the role of determining the spaces concerning music in its popular and scholarly aspects, embodying a time in which the cultural industry and the means of technical reproduction had not yet manifested itself in its definitive configuration.
Keywords: musical creation; social relationships; narrative.
Downloads
Referências
ASSIS, Machado de. Contos: uma antologia. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 2 v.
BOOM, Harold. Gênio: os 100 autores mais criativos da história da literatura. Tradução de José Roberto O’Shea. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
BOSI, Alfredo. Machado de Assis: o enigmado olhar. São Paulo: Ática, 1999.
______. História concisa da Literatura Brasileira. 38. ed. São Paulo: Cultrix, 2007.
BRAYNER, Sonia. Labirinto do espaço romanesco. Rio de Janeiro, Brasília: Civilização Brasileira, INL, 1979.
CANDIDO, Antonio. Esquema de Machado de Assis. In: Vários escritos. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1995. p. 17-39.
CASTELLO, José Aderaldo. A Literatura Brasileira: origens e unidade. São Paulo: Edusp, 1999. v. 1.
COUTINHO, Afrânio. Introdução à literatura no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Distribuidora de Livros Escolares, 1970.
FAORO, Raymundo. Machado de Assis: a pirâmide e o trapézio. São Paulo: Nacional, 1974.
GLEDSON, John. Os contos de Machado de Assis: o machete e o violoncelo. Tradução de Fernando Py. In: ASSIS, Machado de. Contos: uma antologia. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 2 v. p. 15-55.
MARCONDES, Ayrton. Machado de Assis: exercício de admiração. São Paulo: A Girafa, 2008.
MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides: breve História da Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
MIGUEL-PEREIRA, Lucia. Prosa de ficção: de 1870 a 1920. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957.
MIRANDA, Wander Melo. Nações literárias. Cotia: Ateliê Editorial, 2010.
MOISÉS, Massaud. A Literatura Brasileira através dos textos. 21. ed. São Paulo: Cultrix, 2000.
PROENÇA, Manuel Cavalcanti. Estudos literários. 2. ed. Rio de Janeiro, Brasília: José Olympio, INL, 1974.
SANTIAGO, Silviano. Retórica da verossimilhança. In: Uma literatura nos trópicos: ensaios sobre dependência cultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2000. p. 27-46.
SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1990.
STEGAGNO-PICCHIO, Luciana. História da Literatura Brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Scriptorium
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Scriptorium implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Scriptorium como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.