Religiosidade dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente da pandemia de COVID-19

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-8623.2024.1.43046

Palavras-chave:

religiosidade, profissionais, COVID-19, enfrentamento

Resumo

Objetivou-se avaliar a religiosidade dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente da pandemia da COVID-19. Este é um estudo transversal, quantitativo, descritivo e analítico, desenvolvido com profissionais de saúde por meio de uma pesquisa on-line utilizando a ferramenta Google Forms. Utilizou-se um questionário contendo dados sociodemográficos, clínicos e do trabalho, além da Escala de Religiosidade da Duke – DUREL. Participaram 100 profissionais da saúde, com média de idade de 33,3±8,3 anos, sendo a maioria do gênero feminino (81,0%). Em relação à Escala de Religiosidade da Duke – DUREL, a subescala correspondente à religiosidade organizacional computou a mediana de 4 pontos, considerada baixa religiosidade; a subescala de religiosidade não organizacional, computou 3,5 pontos, definida como alta; e a religiosidade intrínseca, 6 pontos, considerada alta. Os resultados do estudo mostraram que os profissionais de saúde que atuavam na linha de frente da COVID-19 possuíam religiosidade organizacional baixa, religiosidade não organizacional alta e religiosidade intrínseca alta.

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Biografia do Autor

Manuela Silva Couto, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.

Mestre em Gerontologia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria, RS, Brasil. Enfermeira especialista pela Residência Multiprofissional no Programa de Atenção Clínica Especializada com Ênfase em Infectologia e Neurologia da Universidade Franciscana (UFN), em Santa Maria, RS, Brasil.

Diego Chemello, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.

Doutor em Cardiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, RS,
Brasil. Professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em
Santa Maria, RS, Brasil

Patrícia Chagas, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil.

Doutora em Gerontologia Biomédica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre, RS, Brasil, com estágio pós-doutoral no Centro de Investigación Cardiovascular (CSIC-ICCC) do Hospital Sant Pau, IIB-Sant Pau, em Barcelona, Espanha. Professora Associada do Departamento de Saúde Coletiva e Professora Permanente do Programa de Pós-graduação em Gerontologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em Santa Maria, RS,
Brasil. Líder do GIANA - Grupo de Investigação em Avaliação Nutricional e Aterosclerose.

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Publicado

2024-12-13

Como Citar

Silva Couto, M., Chemello, D., & Chagas, P. (2024). Religiosidade dos profissionais de saúde que atuaram na linha de frente da pandemia de COVID-19. Psico, 55(1), e43046. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2024.1.43046