Sistemas Agroflorestais: Ressignificação de Vivências em Assentamento Rural Periurbano
DOI:
https://doi.org/10.15448/1980-8623.2014.3.17347Palavras-chave:
Psicologia Ambiental, ambientes rurais, desenvolvimento sustentável, comportamento ecológico.Resumo
O trabalho tem como objetivo investigar como assentados rurais da reforma agrária, na implantação de um sistema agroflorestal, vivenciam novas formas de uso dos bens naturais e como esta vivência provoca ressignificação nos sujeitos e na relação destes com a cidade. Os dados foram construídos por uma abordagem qualitativa, que privilegiou observação participante e entrevistas semiestruturadas realizadas com 5 homens e 2 mulheres, em um assentamento localizado em área periurbana de Ribeirão Preto (SP). Os resultados revelam surpresas relativas à alta produtividade, à diminuição do tempo de trabalho e à economia de recursos hídricos e, consequentemente, a emergência de sujeitos esperançosos na produção, com domínio sobre o tempo e protetores da água. O sistema agroflorestal mediou as tensões com a cidade, oferecendo repertórios e identidades positivas para além das vinculações ao movimento social. Dependente de condições externas, a adesão à prática sustentável se evidenciou como processo em construção.Downloads
Referências
Alves, A. F. & Guivant, J. S. (2010). Redes e Interconexões: desafios para a construção da agricultura sustentável. INTERthesis, Florianópolis, 7(1), 1-27. DOI 10.5007/1807-1384.2010 v7n1p1
Arato, H. D., Martins, S. V., & Ferrari, S. H. S. (2003). Produção e decomposição de serapilheira em um sistema agroflorestal implantado para recuperação de área degradada em Viçosa-MG. Revista Árvore, 27(5), 715-721. DOI 10.1590/S0100-67622003000500014
Beduschi Filho, L.C. (2012). Tendências e perspectivas dos programas de segurança alimentar e nutricional nos territórios rurais da América Latina: reflexões a partir da sistematização de projetos e políticas públicas. Faz Ciência (Francisco Beltrão), 15, 11-34.
Brandemburg, A. (2010). Do rural tradicional ao rural socio-ambiental. Ambiente e Sociedade, São Paulo, 8(2), 417-428. DOI 10.1590/S1414-753X2010000200013
Carvalho, R., Goedert, W. J., & Armando, M. S. (2004). Atributos físicos da qualidade de um solo sob sistema agroflorestal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, 39, 1153-1155. DOI 10.1590/S0100-204X2004001100015
Cruz-Souza, F. (Org.). (2011). Desarrollo rural y sostenibilidad: estrategias y experiencias en España y Brasil. Palencia: Pais Romanico.
Ferraro Júnior, L. A. & Sorrentino, M. (2011). Imaginário político e colonialidade: desafios à avaliação qualitativa das políticas públicas de educação ambiental. Ciência & Educação (Bauru), 17(2), 339-352. DOI 10.1590/S1516-73132011000200006.
Firmiano, F. D. (2008). A formação cultural dos jovens do MST: a experiência do assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp, Araraquara.
Froehlich, J. M. & Monteiro, R. C. (2004). Transformações semânticas recentes do termo “rural”: uma leitura a partir da perspectiva urbana. Raízes – Revista de Ciências Sociais e Econômicas (Campina Grande), 21(2), 304-312.
Gaskell, G. (2013). Entrevistas individuais e grupais. In M. W. Bauer & G. Gaskell (Orgs.). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático (11. ed.) (pp. 64-89). Petrópolis, RJ: Vozes.
Jaccoud, M. & Mayer. R. (2008). A observação direta e a pesquisa qualitativa. In J. Poupart, J. Deslauriers, L. Groulx, A. Laperrière, R.
Mayer, & A. Pires. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos (pp. 254-294). Petrópolis, RJ: Vozes.
Leite, J. F. & Dimenstein, M. (2013). Psicologia e contextos rurais. Natal: EDUFRN.
Maldonado, T. (1971). La speranza progettuale: ambiente e società. Torino: Einaudi.
Moreira, R. J. (2000). Críticas ambientalistas à Revolução Verde. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, 15, 39-52.
Moser, G. (2009). Psychologie environnementale: les relations home-
environnement. Paris: De Boeck.
Piraux, M., Silveira, L., Diniz, P., & Duque, G. (2012). Transição agroecológica e inovação socioterritorial. Estudos Sociedade e Agricultura, Rio de Janeiro, 20(1), 5-29.
Pol, E. (2001). Ejes de tensión y nueva agenda para la Psicología Ambiental: una perspectiva europea. In E. Tassara (Org.). Problemas interdisciplinares para uma psicologia ambiental do urbano (pp. 51-67). São Paulo: EDUC; FAPESP.
Pol, E. (2009). Sostenibilidad, ciudad y medio ambiente. Dinâmicas urbanas y construcción de valores ambientales. In R. García Mira & P. V. Marcote (Orgs.). Sostenibilidad, valores y cultura ambiental (pp. 183-205). Madrid: Pirámide.
Ryan, R., Erickson, D., & De Young, R. (2003). Farmers’ motivations for adopting conservation practices along riparian zones in a Midwestern agricultural watershed. Journal of Environmental Planning and Management, 46, 19-37.
Silva. A. P. S. (2003). (Des)continuidade no envolvimento com o crime: construção de identidade narrativa de ex-infratores. São Paulo: IBCCRIM.
Silva, P. G. (2011). A incorporação da agroecologia pelo MST: refle-
xões sobre o novo discurso e experiência prática. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em História, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense.
Soromenho-Marques, V. (2005). A constelação ambiental: meta-
morfoses na nossa visão do mundo. In L. Soczka (Org.). Contextos humanos e psicologia ambiental (pp. 11-38). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
Steenbock, W., Silva, R. O., Froufe, L. C. M. & Seoane, C. E. (2013). Agroflorestas e sistemas agroflorestais no espaço e no tempo. In W. Steenbock (Org.). Agrofloresta, ecologia e sociedade (pp. 39-60). Curitiba: Kairós.
Tassara, E. T. O. & Rabinovich, E. P. (2003). Perspectivas da Psicologia Ambiental. Estudos de Psicologia, Natal, 8(2),
-340. DOI org/10.1590/S1413-294X2003000200018
Tassara, E. T. O. (2007). Urbanidade e periurbanidade(s): Reflexões sobre dimensões psicossociais das dinâmicas históricas. Série Documenta, Rio de Janeiro, 17, 1-19.
Uzzell, D., Pol, E., & Badenas, D. (2002). Place identification, social cohesion and environmental sustainability. Environment and Behavior, 34(1), 26-53. DOI 10.1177/0013916502034001003
Varela, L. B. & Santana, A. C. (2009). Aspectos econômicos da produção e do risco nos sistemas agroflorestais e nos sistemas tradicionais de produção agrícola em Tomé-Açu, Pará – 2001 a 2003. Revista Árvore, 33(1), 151-160. DOI 10.1590/S0100-
Vygotski, L. S. (2006). Obras escogidas IV: Psicologia Infantil. Madrid: Visor y A. Machado Libros. (Original publicado em 1933).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a Psico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a Psico como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.