Associações entre autoavaliações negativas de saúde e vulnerabilidade macroestrutural, social e de saúde em idosos: Estudo Fibra, Campinas, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15448/2357-9641.2014.2.21011Palavras-chave:
Saúde do idoso, Autopercepção, Idoso, fatores socioeconômicos, Vulnerabilidade em saúde, Condições de vida.Resumo
Objetivo: Investigar associações entre avaliações negativas de saúde e indicadores de vulnerabilidade estrutural (acesso e uso de serviços médicos, hospitalares e odontológicos e consumo de medicamentos), social (sexo, idade, escolaridade, renda pessoal, arranjos de domicílio, expectativa de cuidado e envolvimento social), e de saúde (doenças crônicas, sinais e sintomas, problemas funcionais para alimentação, risco cardiovascular, fragilidade, sintomas depressivos e status cognitivo), em idosos brasileiros recrutados na comunidade.
Métodos: Participaram 2.597 idosos (65,7% mulheres, com 65 anos e mais (M=72,4±5,6), sem déficit cognitivo sugestivo de demência, integrantes de amostras probabilísticas de 7 cidades brasileiras selecionadas por conveniência. As variáveis de interesse foram avaliadas por meio de medidas de autorrelato, antropométricas e de desempenho.
Resultados: Análise multivariada de regressão mostrou associações significantes (p≤0,05) entre autoavaliação negativa de saúde e 3 ou mais sinais e sintomas (OR=2,42), 3 ou mais problemas funcionais para alimentação (OR=2,30), renda ≤ 3 SM (OR=2,17), não ter ido ao dentista no ano anterior (OR=2,09), consumo de 3 ou mais remédios (OR=2,02), 3 ou mais doenças crônicas (OR=2,00), analfabetismo (OR=1,58), 4 ou mais noites de hospitalização (OR=1,17) e uso de serviços públicos de saúde (OR=1,06).
Conclusões: Em interação múltipla, indicadores de vulnerabilidade estrutural, social e em saúde criam um círculo vicioso de influências deletérias à qualidade de vida dos idosos, que tendem a se refletir em autoavaliações negativas de saúde.
Downloads
Referências
Lima-Costa MF, Peixoto SV, Matos DL et al. Predictors of 10-year mortality in a population of community-dwelling Brazilian elderly: the Bambuí Cohort Study of Aging. Cad. Saúde Pública. 2011;27 Sup 3:S360-S369.
Ministério da Saúde. [Internet]. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2009: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Brasília: 2010 [acesso 2012 jun 23]. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/vigitel_2009_preliminar_web.pdf
Wagner DC, Short JL. Longitudinal predictors of self-rated health and mortality in older adults. Prev Chronic Dis. 2014; 5;11:E93.
Lima-Costa MF, Cesar CC, Chor D et al. Self-rated health compared with objectively measured health status as a tool for mortality risk screening in older adults: 10-year followup of the Bambuí Cohort Study of Aging. Am J Epidemiol. 2012;1;175(3):228-35.
Tinetti ME, McAvay G, Chang SS et al. Effect of chronic disease-related symptoms and impairments on universal health outcomes in older adults. J Am Geriatr Soc. 2011; 59(9):1618-27.
Borim FSA, Barros MBA, Neri AL. Autoavaliação da saúde em idosos: pesquisa debase populacional no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2012; 28(4):769-80.
Feng X, Astell-Burt T. Neighborhood socioeconomic circumstances and the co-occurrence of unhealthy lifestyles: evidence from 206,457 Australians in the 45 and up study. PLoS One 2013;15;8(8):e72643.
Luz TCB, César CC, Lima-Costa MF et al. Satisfaction with the neighborhood environment and health in older elderly: cross-sectional evidence from the Bambuí Cohort Study of Aging. Cad. Saúde Pública. 2011;27 Sup 3:S390-8.
Bowling, A. Measuring health. A review of quality of life measurement scales. Berkshire, UK: Open University Press; 2005.
Maia FOM, Duarte YAO, Lebrão ML et al. Fatores de risco para mortalidade em idosos. Rev. Saúde Pública. 2006; 40(6):1049-56.
Hirve S. ‘In general, how do you feel today?’ self-rated health in the context of aging in India Global Health Action. 2014; 7:23421.
French DJ, Browning C, Kendig H et al. A simple measure with complex determinants: investigation of the correlates of self-rated health in older men and women from three continents. BMC Public Health. 2012;13;12:649.
Robert SA, Cherepanov D, Palta M et al. Socioeconomic status and age variations in health-related quality of life: Results from the National Health Measurement Study. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2009;64B(3):378-89.
Crimmins EM, Kim JK, Solé-Auró A. Gender differences in health: results from SHARE, ELSA and HRS. Eur J Public Health. 2011;21(1):81-91.
Lima-Costa MF, de Oliveira C, Macinko J et al. Socioeconomic inequalities in health in older adults in Brazil and England. Am J Public Health. 2012;102(8): 1535-41.
Brenes-Camacho G. Favourable changes in economic wellbeing and self rated health among the elderly. Soc Sci Med. 2011;72(8):1228-35.
Louvison MCP, Lebrão ML, Duarte YAO et al. Desigualdades no uso e acesso aos serviços de saúde entre idosos do município de São Paulo. Rev Saúde Pública. 2008; 42(4):733-40.
Hernandes ESC, Lebrão ML, Duarte YAO et al. Idosos com e sem plano de saúde e características socioepidemiológicas associadas. Rev. Saúde Pública. 2012;46(6):1030-8.
Lima-Costa MF, Turci MA, Macinko J. Estratégia Saúde da Família em comparação a outras fontes de atenção: indicadores de uso e qualidade dos serviços de saúde em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Cad. Saúde Pública. 2013;29(7):1370-80.
Torres JL, Dias RC, Ferreira F et al. Functional performance and social relations among the elderly in Greater Metropolitan Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil: a population-based epidemiological study. Cad. Saúde Pública. 2014;30(5):1018-28.
Caetano SC, Silva CM, Vettore MV. Gender differences in the association of perceived social support and social network with self-rated health status among older adults: a population-based study in Brazil. BMC Geriatr. 2013; 15;13:122.
Szanton CL, Seplaki RJ. Thorpe Jr RJ et al. Socioeconomic status is associated with frailty: the Women’s Health and Aging Studies. J Epidemiol Community Health. 2010; 64(1): 63-7.
Boehme S, Geiser C, Renneberg B. Functional and self-rated health mediate the association between physical indicators of diabetes and depressive symptoms. BMC Fam Pract. 2014; 20:15:157.
Kuh D, Ben-ShlomoY, Lynch J et al. Life course epidemiology. J Epidemiol Community Health. 2003;57(10):778.
Andrew AK, Keefe MK. Social vulnerability from a social ecology perspective: a cohort study of older adults from the National Population Health Survey of Canada. BMC Geriatrics. 2014;14:90.
Rodrigues NO, Neri AL.Vulnerabilidade social, individual e programática em idosos da comunidade: dados do estudo FIBRA, Campinas, SP, Brasil. Cien Saude Colet. 2012;17(8):2129-39.
Ayres J, Calazans GJ, Saletti Filho HC et al. Risco, vulnerabilidade e práticas de prevenção epromoção da saúde. In: Campos G, Minayo MCS,Akerman M, Drumond Jr M, Carvalho YM, orga-nizadores. Tratado de Saúde Coletiva. São Paulo: Editora Fiocruz; 2006. p. 375-41.
Maia FOM, Duarte YAO, Secoli SR et al. Adaptação transcultural do Vulnerable Elders Survey-13 (VES-13): contribuindo para a identificação de idosos vulneráveis. Rev Esc Enferm USP. 2012;46(Esp):116-2.
Neri AL, Yassuda MS, Araújo LFA et al. Metodologia e perfil sociodemográfico, cognitivo e de fragilidade de idosos comunitários de sete cidades brasileiras: Estudo FIBRA. Cad. Saúde Pública. 2013;29(4):778-92.
Fried LP, Tangen CM, Walston J et al. Frailty in older adults:evidence for a phenotype. J Gerontol A BiolSciMedSci. 2001;56:M146-56.
Brucki SMD, Nitrini R, Caramelli P et al. Sugestões para o uso do Mini Exame do Estado Mental no Brasil. ArqNeuropsiquiatr. 2003;61:777-81.
Reuben DB, Laliberte L, Hiris J et al. A hierarchical exercise scale to measure function at the Advanced Activities of Daily Living (AADL) level. J Am Geriatr Soc. 1990;38: 855-61.
LohmanTG, Roche AF, Martorell R. Anthropometric standardization reference manual. Illinois: Human Kinetics Books 1988.
Almeida OP, Almeida SA. Short versions of the Geriatric Depression Scale: A study of their validity for the diagnosis of major depressive episode according to ICD-10 and DSM-IV. Int J Geriatr Psychiatry. 1999;14(10):858-65.
Andrade FB, Lebrão ML, Santos JLF et al. Factors related to poor self perceived oral health among community-dwelling elderly individuals in São Paull, Brazil 2012. Cad Saúde Pública. 2012;28(10):1965-75.
Luz TCB, LoyolaFilho AI, Lima-Costa MF. Social capital and under utilization of medication for financial reasons among elderly women: evidence from two Brazilian health surveys. Ciênc. Saúde Coletiva. 2013;18(12):3721-30.
Steptoe A, Feldman PJ, Kunz S et al. Stress responsivity and socioeconomic status: A mechanism for increased cardiovascular disease risk? Eur Heart J. 2002;23: 1757-63.
Carvalho MFC, Romano-Lieber NS, Bergsten-Mendes G et al. Polifarmácia entre idosos do Município de São Paulo – Estudo SABE. Rev bras epidemiol. 2012;15(4): 817-27.
Cassoni TCJ, Corona LP, Romano-Lieber NS et al. Uso de medicamentos potencialmente inapropriados por idosos do Município de São Paulo, Brasil: Estudo SABE. Cad. Saúde Pública. 2014;30(8):1708-20.
Santos TRA, Lima DM, Nakatani AYK et al. Consumo de medicamentos por idosos, Goiânia, Brasil. Rev. Saúde Pública. 2013;47(1):94-103.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Direitos Autorais
A submissão de originais para a PAJAR implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação. Os direitos autorais para os artigos publicados nesta revista são do autor, com direitos da revista sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente a PAJAR como o meio da publicação original.
Licença Creative Commons
Exceto onde especificado diferentemente, aplicam-se à matéria publicada neste periódico os termos de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite o uso irrestrito, a distribuição e a reprodução em qualquer meio desde que a publicação original seja corretamente citada.