Surveillance e as “novas” tecnologias de Controle biopolítico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-6746.2019.1.33427

Palavras-chave:

Biopolítica. Surveillance. Sociedade do Controle. Sistema Penal.

Resumo

O presente estudo tem como tema o surveillance e a sociedade do controle biopolítico, sendo dada ênfase à conexão com o sistema penal e as tecnologias dispostas nas práticas de segurança. Tem-se como problema de pesquisa como e de que forma operam os “novos” mecanismos de surveillance em prol da segurança no modelo biopolítico do Estado penal? Conclui-se que o modelo de controle atual baseado em riscos e algoritmos emprega o surveillance (e suas “novas” tecnologias) em uma atuação securitária seletiva, adotando o discurso “científico/tecnológico” como escusa para manutenção discriminatória de uma biopolítica da atuação penal voltada para morte de sujeitos e grupos sociais específicos. Por fim, a metodologia empregada compreende uma abordagem fenomenológico-hermenêutica, um método de procedimento monográfico e técnica de pesquisa por documentação indireta.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Augusto Jobim do Amaral, PUCRS

Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais e do Porgrama de Pós-Graduação em Filosofia da PUCRS; Doutor em História do Pensamento (Coimbra/POR) e Doutor em Ciências Criminais pela PUCRS.

Felipe da Veiga Dias, Faculdade Meridional - IMED

Doutor em Direito pela UNISC. Professor da IMED.

Atualmente realizada estágio pós-doutoral em ciências criminais na PUCRS.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

AJANA, Btihaj. Governing through biometrics: the biopolitics of identity. England, Hampshire: Palgrave Macmillan, 2013. DOI: https://doi.org/10.1057/9781137290755

AMARAL, Augusto Jobim do. Entre serpentes e toupeiras: a cultura do controle na contemporaneidade (ou sobre o caso do monitoramento eletrônico de presos no Brasil). Sistema Penal & Violência, Porto Alegre, v. 2, n. 2, p. 75-89, 2010.

AMOORE, Louise; DE GOEDE, Marieke. Governance, risk and dataveillance in the war on terror. Crime, law and social change, v. 43, n. 2-3, p. 149-173, 2005. DOI: https://doi.org/10.1007/s10611-005-1717-8

AMOORE, Louise. The politics of possibility: risk and Security beyond probability. London: Duke University Press, 2013. DOI: https://doi.org/10.1515/9780822377269

ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Pelas mãos da criminologia: O controle penal para além da (des)ilusão. Rio de Janeiro: Revan, 2012. p. 135-136.

BARAK, Greg. The crimes of the powerful and the globalization of crime. Revista Brasileira de Direito, Passo Fundo, v. 11, n. 2, p. 104-114, jul./dez. 2015. DOI: https://doi.org/10.18256/2238-0604/revistadedireito.v11n2p104-114

BAUMAN, Zygmunt. Vigilância Líquida. Diálogos com David Lyon. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

BAZZICALUPO, Laura. Biopolítica: un mapa conceptual. São Leopoldo: Unisinos, 2017.

BIGO, D. Globalized (in)security: the Field and the banoptico. In: Sakai, N.; Solomon, J. (comp.). Traces 4: Translation – Biopolitics, Colonial Difference. Hong Kong: Hong Kong University Press, 2006a. p. 5-49.

BIGO, D. Security, exception, ban and surveillance. In: Theorizing Surveillance: the panopticon and beyond. Lyon, D. (ed.). Willan Publishing. Portland: Willan Publishing, 2006b. p. 46-68.

CHIGNOLA, Sandro. A toupeira e a serpente. Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, Vitória, v. 19, n. 3, p. 239-270, 2018. DOI: https://doi.org/10.18759/rdgf.v19i3.1599

CHOI, Tsan-Ming et al. Optimization and Control for Systems in the Big Data Era: An Introduction. In: CHOI, Tsan-Ming et al. Optimization and Control for Systems in the Big-Data Era: Theory and Applications. Cham, Switzerland: Springer, 2017. p. 1-8. DOI: https://doi.org/10.1007/978-3-319-53518-0_1

DELEUZE, Gilles. ´Post-scriptum´ sobre as sociedades de controle. In: DELEUZE, Gilles. Conversações (1972–1990). São Paulo: Editora 34, 1992. p. 219-226.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. Curso no Collège de France (1975–1976). São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. 13. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.

FOUCAULT, Michel. O Sujeito e o Poder. In: DREYFUS, Hubert L.; RABINOW, Paul. Michel Foucault, uma trajetória filosófica (para além do estruturalismo e da hermenêutica). Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995. p. 231-250.

FOUCAULT, Michel. Segurança, Território, População. Curso do Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008.

GIACOMELL O, Giampiero. National governments and control of the Internet: a digital challenge. New York: Routledge, 2005.

PRE-CRIME. Direção: Matthias Heeder e Monika Hielscher. Berlin: Kloos & Co. Medien GmbH, 2017 (88min).

HONESKO, Vinícius Nicastro. Sobre o governo do real: a vida nos domínios do capitalismo informacional. Profanações, n. 1, p. 24-38, 2018. DOI: https://doi.org/10.24302/prof.v5i1.1784

KAFKA, Franz. O processo. Porto Alegre: L&MP, 2006.

LYRA, José Francisco Dias da Costa; WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. Biopolítica e direito penal do inimigo: notas sobre um direito penal da exclusão. Porto Alegre: Editora Fi, 2018.

LYON, David. Surveillance Studies: An Overview. Cambridge: Polity Press, 2007.

MBEMBE, Achille. Políticas da inimizade. Lisboa: Antígona, 2017.

MENEZES NETO, Elias Jacob de. O projeto de lei de proteção de dados pessoais (PL 5276/2016) no mundo do big data: o fenômeno da dataveillance na utilização de metadados e seu impacto nos direitos humanos. In: MORAIS, José Luis Bolzan de. Estado & Constituição. O “fim” do Estado de Direito. Florianópolis: Empório do Direito, 2018. p. 85-104.

MENEZES NETO, Elias Jacob de. Vigilância ou surveillance? Proposta para começar a compreender corretamente este fenômeno. Revista dos Tribunais, v. 939, p. 159-182, jan. 2014. Disponível em: www.rtonline.com.br. Acesso em: 5 maio 2015.

MORAIS, José Luis Bolzan de. O Estado de Direito “confrontado” pela “revolução da internet”! Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, v. 13, n. 3, p. 876-903, 2018. DOI: https://doi.org/10.5902/1981369433021

PASQUALE, Frank. The black box society: the secret algorithms that control money and information. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 2015. DOI: https://doi.org/10.4159/harvard.9780674736061

REVEL, Judith. Foucault, un pensamiento de lo discontínuo. Buenos Aires – Madrid: Amorrortu editores, 2014.

ROSA, Alexandre Morais da; AMARAL, Augusto Jobim do. Cultura da punição: a ostentação do horror. 3. ed. Florianópolis: Empório do Direito, 2017.

ROUVROY, Antoinette; BERNS, Thomas. Gouvernementalité algorithmique et perspectives d’émancipation. Réseaux, n. 1, p. 163-196, 2013. DOI: https://doi.org/10.3917/res.177.0163

SRNICEK, Nick. Plataform capitalism. Cambridge: Polity Press, 2017.

STREVA, Juliana Moreira. Auto de resistência, biopolítica e colonialidade: racismo como mecanismo de poder. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 38, p. 237-267, dez. 2017.

Downloads

Publicado

2019-05-23

Como Citar

Amaral, A. J. do, & Dias, F. da V. (2019). Surveillance e as “novas” tecnologias de Controle biopolítico. Veritas (Porto Alegre), 64(1), e33427. https://doi.org/10.15448/1984-6746.2019.1.33427