A influência do método Pilates na flexibilidade muscular, sintomas e qualidade de vida em mulheres com dismenorreia primária

Autores

  • Juliany M. Abreu da Fonseca Universidade Estadual do Piauí
  • Caroline Santos Radmann Universidade Estadual do Piauí
  • Fabiana Teixeira de Carvalho Universidade Estadual do Piauí
  • Laiana S. de Andrade Mesquita Universidade Estadual do Piauí

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.2.23052

Palavras-chave:

dismenorreia, qualidade de vida, fisioterapia, terapia por exercício, Pilates.

Resumo

Objetivos: Investigar a influência dos exercícios do método Pilates sobre a flexibilidade muscular, sintomatologia e qualidade de vida em mulheres com dismenorreia primária.

Métodos: Foi realizado um ensaio clínico não controlado com 10 universitárias de 18 a 25 anos de idade com dismenorreia primária, que participaram de um protocolo de exercícios baseado no método Pilates. O protocolo constou de 13 exercícios, no solo e com bola, com duração de 50 minutos e frequência de três vezes por semana, totalizando sete semanas. As participantes foram avaliadas antes e após as sete semanas de atendimento pelo teste de distância dedo-solo para flexibilidade muscular, escala visual analógica para dor e o questionário Short Form-36 para qualidade de vida. Os dados foram analisados com o Bioestat® e apresentados por média e desvio padrão. Após o teste Shapiro-Wilk, aplicou-se teste t de Student ou Wilcoxon, com significância estatística para p≤0,05.

Resultados: Entre as avaliações feitas antes e depois da aplicação dos exercícios do método Pilates houve aumento da flexibilidade, caracterizado pela redução da distância dedo-solo (p=0,007). Houve redução da dor, tanto em intensidade (7,5±1,6 para 4,5±3,2, p=0,005) quanto em duração (45,6±19,4 para 21,6±16,7 horas, p=0,007), diminuição percentual dos sintomas mais prevalentes – cansaço (90% para 60%), irritabilidade (80% para 50%) e cefaleia (50% para 20%) – e redução do uso de medicação (80% para 40%). O Short Form-36 mostrou aumento significativo nos escores de qualidade de vida em três dos oito domínios: dor (45,2±13,5 para 59,3±22,0; p=0,022), estado geral de saúde (68,7±14,9 para 80,6±16,0; p=0,035) e saúde mental (62±18,5 para 73,2±14,3; p=0,038). 

Conclusões: Além de alívio álgico, os exercícios do método Pilates proporcionaram melhora da flexibilidade muscular, redução da dor e dos desconfortos associados à dismenorreia e influência positiva na qualidade de vida, indicando ser alternativa eficaz para o tratamento sintomático da dismenorreia primária.

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Biografia do Autor

Juliany M. Abreu da Fonseca, Universidade Estadual do Piauí

Graduada em Fisioterapia, Universidade Estadual do Piauí-UESPI

Caroline Santos Radmann, Universidade Estadual do Piauí

Graduada em Fisioterapia, Universidade Estadual do Piauí-UESPI

Fabiana Teixeira de Carvalho, Universidade Estadual do Piauí

Doutora em Engenharia Biomédica, Docente na Universidade Estadual do Piauí-UESPI

Laiana S. de Andrade Mesquita, Universidade Estadual do Piauí

Doutora em Engenharia Biomédica, Docente na Universidade Estadual do Piauí-UESPI

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Publicado

2016-05-13

Como Citar

Fonseca, J. M. A. da, Radmann, C. S., Carvalho, F. T. de, & Mesquita, L. S. de A. (2016). A influência do método Pilates na flexibilidade muscular, sintomas e qualidade de vida em mulheres com dismenorreia primária. Scientia Medica, 26(2), ID23052. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.2.23052

Edição

Seção

Artigos Originais