Prevalência de parasitoses intestinais e condições de saneamento básico das moradias em escolares da zona urbana de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul

Autores

  • Jéssica Tadiello Camello
  • Natália Inês Cavagnolli
  • Patrícia K. W. Dalla Santa Spada Faculdade da Serra Gaúcha
  • Julia Poeta Faculdade da Serra Gaúcha e UniRitter
  • Adriana Dalpicolli Rodrigues Laboratório Alfa LTDA

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.1.21716

Palavras-chave:

parasitas, parasitoses intestinais, crianças, escolares, saneamento básico, saneamento urbano.

Resumo

Objetivos: Avaliar a prevalência de parasitas intestinais em escolares de Caxias do Sul, relacionando-a com as condições de saneamento das moradias e com o conhecimento sobre parasitoses autorrelatado pelos familiares.

Métodos: Foram incluídas no estudo crianças com idade entre cinco e 13 anos, de escolas municipais de ensino fundamental localizadas em zona urbana de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, incluindo a periferia e as zonas centrais da cidade. As amostras foram processadas por sedimentação espontânea e analisadas microscopicamente. Os responsáveis pelos escolares responderam a um questionário elaborado para identificar condições socioeconômicas da família e de saneamento ambiental, assim como a impressão que os mesmos tinham sobre os seus conhecimentos acerca de parasitoses.

Resultados: A amostra foi constituída por 257 escolares, com idade média de 8,7±1,3 anos, sendo 58% do sexo feminino. Das amostras de fezes analisadas, 5,8% foram positivas para parasitas, sendo 60% cistos de Endolimax nana, 26,7% de Entamoeba coli e 13,3% de Giardia lamblia. Com respeito às condições de vida dos escolares, 99,2% consumiam água potável, 94,6% afirmaram ter coleta e tratamento de esgoto e 99,2% contava com coleta pública de lixo na moradia. Sobre o conhecimento de parasitoses, 74,7% dos responsáveis sabiam o que são parasitas e 67,3% relataram que conheciam os meios de transmissão. No entanto, 49,8% consideravam as informações insuficientes para a prevenção de parasitoses.

Conclusões: O estudo evidenciou uma baixa prevalência de parasitoses nos escolares e condições favoráveis de saneamento em suas moradias. Houve relato de grande frequência de uso de medicamentos antiparasitários sem diagnóstico prévio por exame de fezes. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adriana Dalpicolli Rodrigues, Laboratório Alfa LTDA

Possui graduação em Biomedicina pela Universidade Feevale (2004-2007) e mestrado em Biotecnologia pela Universidade de Caxias do Sul (2012) (bolsita CNPq). Atualmente é pesquisadora no Laboratório Alfa LTDA. Possui experiência em docência, análises clínicas, parasitologia, microscopia em geral, bioquímica, estresse oxidativo, antioxidantes, suco de uva, epilepsia e HPV.

Referências

Tavares-Dias M, Grandini AA. Prevalência e aspectos epidemiológicos de enteroparasitoses na população de São José da Bela Vista, São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop. 1999;32(1):63-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86821999000100012

Souza PAC, de Faro CCP, Pinheiro MS, de Rezende Neto JM, de Brito AMG. Ocorrência de enteroparasitoses em portadores de transtornos mentais assistidos na Clínica de Repouso São Marcello em Aracaju (SE). Rev Cien Saúde Col. 2010;15(supl 1):1081-4. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232010000700015

Fonseca EOL, Teixeira MG, Barreto ML, Carmo EH, Costa MCN. Prevalência e fatores associados às geo-helmintíases em crianças residentes em municípios com baixo IDH no Norte e Nordeste brasileiros. Cad Saúde Publica. 2010;26(1):143-52. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2010000100015

Basualdo JA, Córdoba MA, Luca MM, Ciarmela ML, Pezzani BC, Grenovero MS, Minvielle MC. Intestinal parasitoses and environmental factors in a rural population of Argentina, 2002-2003. Rev Inst de Med Trop S Paulo. 2007;49(4):251-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0036-46652007000400011

Andrade E, Leite ICG, Rodrigues VdO, Cesca MG. Parasitoses intestinais: uma revisão sobre seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Rev APS. 2010;13(2):231-40.

Vasconcelos IAB, Oliveira JW, Cabral FRF, Coutinho HDM, Menezes IRA. Prevalência de parasitoses intestinais entre crianças de 4-12 anos no Crato, Estado do Ceará: um problema recorrente de saúde pública. Acta Sci Health Sci. 2011;33(1):35-41.

Basso RMC, Silva-Ribeiro RT, Soligo DS, Ribacki SI, Callegari-Jacques SM, Zoppas B. Evolução da prevalência de parasitoses intestinais em escolares em Caxias do Sul, RS. Rev Soc Bras Med Trop. 2008;41(3):263-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822008000300008

Araujo Filho HB, Carmo-Rodrigues MS, Mello CS, Melli LCF, Tahan S, Morais MBd. Parasitoses intestinais se associam a menores índices de peso e estatura em escolares de baixo estrato socioeconômico. Rev Paul Pediatr. 2011;29(4):521-8. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-05822011000400009

Oliveira Figueiredo MI, Wendt EW, Santos HT, Moreira CM. Levantamento sazonal de parasitos em caixas de areia nas escolas municipais de educação infantil em Uruguaiana, RS, Brasil. Rev Patol Trop. 2012;41(1):36-46. http://dx.doi.org/10.5216/rpt.v41i1.17744

Mamus CNC, Moitinho ACC, Grube CC, Melo EM, Weiler EB, Abreu CA, Beltrão L, Soares PB, Beltrame S, Ribeiro S, Aleixo DL. Enteroparasitoses em um centro de educação infantil do município de Iretama/PR. SaBios. 2008;3(2):39-44.

Santos-Júnior GO, Silva MM, Santos FLN. Prevalência de enteroparasitoses em crianças do sertão baiano pelo método de sedimentação espontânea. Rev Patol Trop. 2006;35(3):233-40.

Prado MdS, Barreto ML, Strina A, Faria JAS, Nobre AA, Jesus SR. Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em crianças na idade escolar na Cidade de Salvador (Bahia, Brasil). Rev Soc Bras Med Trop. 2001;34(1):99-101.

Alves JR, Macedo HW, Ramos Jr AN, Ferreira LF, Gonçalves MLC, Araújo A. Parasitoses intestinais em região semi-árida do Nordeste do Brasil: resultados preliminares distintos das prevalências esperadas. Cad Saúde Pública. 2003;19(2):667-70. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2003000200034

Andreazzi MAR, Barcellos C, Hacon S. Velhos indicadores para novos problemas: a relação entre saneamento e saúde. Rev Panam Salud Publ. 2007;22(3):211-7. http://dx.doi.org/10.1590/S1020-49892007000800008

Cavagnolli NI, Camello JT, Tesser S, Poeta J, Rodrigues AD. Prevalência de enteroparasitoses e análise socioeconômicas de escolares em Flores da Cunha-RS. Rev Patol Trop. 2015;44(3):312-22. http://dx.doi.org/10.5216/rpt.v44i3.38018

De Carli, GA. Parasitologia Clínica. 2ªed. São Paulo: Atheneu; 2008.

Roque FC, Borges FK, Signori LGH, Chazan M, Pigatto T, Coser TA, Mezzari A, Wiebbelling AMP. Parasitos intestinais: prevalência em escolas da periferia de Porto Alegre–RS. Newslab. 2005;69:152-62.

Schmitt ML, Paes MAS. Prevalência de parasitoses intestinais em escolares no município de São Joaquim, SC. Rev Bras Anal Clin. 1997;29(4):215-6.

Abrahão ST. Prevalência de enteroparasitoses em escolares no município de Osório, RS. NewsLab. 2013;119:148-54.

Ferreira GR, Andrade CFS. Alguns aspectos socioeconômicos relacionados a parasitoses intestinais e avaliação de uma intervenção educativa em escolares de Estiva Gerbi, SP. Rev Soc Bras Med Trop. 2005;38(5):402-5. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822005000500008

Bellin M, Grazziotin NA. Prevalência de Parasitos Intestinais no município de Sananduva/RS. News Lab. 2011;104:116-22.

Seger J, Souza WM, Marangoni JCF, Maschio VJ, Chielli EO. Prevalência de parasitas intestinais na população do Bairro Salete, município de São Miguel do Oeste, SC.

Tietz SM, Bandeira C, Marinho RQ. Prevalência de enteroparasitoses em Concórdia, Santa Catarina, Brasil. Parasit Latinoam. 2005;60(1-2):78-81.

Ludwig KM, Frei F, Alvares Filho F, Ribeiro-Paes JT. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Rev Soc Bras Med Trop. 1999;32(5):547-55. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86821999000500013

Silva EF, Silva EB, Almeida KdS, Sousa JJN, Freitas FLdC. Enteroparasitoses em crianças de áreas rurais do munícipio de Coari, Amazonas, Brasil. Rev Patol Trop. 2009;38(1):35-43. http://dx.doi.org/10.5216/rpt.v38i1.6219

Santos Fd, Gama A, Fernandes A, Reis-Jr J, Guimarães J. Prevalência de enteroparasitismo em crianças de comunidades ribeirinhas do município de Coari, no médio Solimões, Amazonas, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude. 2010;1(4):23-8. http://dx.doi.org/10.5123/S2176-62232010000400004

Visser S, Giatti LL, Carvalho RACd, Guerreiro JCH. Estudo da associação entre fatores socioambientais e prevalência de parasitose intestinal em área periférica da cidade de Manaus (AM, Brasil). Cien Saúde Colet. 2011;16(8):3481-92. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232011000900016

Frei F, Juncansen C, Ribeiro-Paes JT. Levantamento epidemiológico das parasitoses intestinais: viés analítico decorrente do tratamento profilático. Cad Saúde Pública. 2008;24(12):2919-25. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2008001200021

Silva JC, Furtado LFV, Ferro TC, Carvalho Bezerra K, Borges EP, Melo ACFL. Parasitismo por Ascaris lumbricoidese e seus aspectos epidemiológicos em crianças do estado do Maranhão. Rev Soc Bras Med Trop. 2011;44(1):100-2. http://dx.doi.org/10.1590/S0037-86822011000100022

Castro AZ, Viana JD, Penedo AA, Donatele DM. Levantamento das parasitoses intestinais em escolares da rede pública na cidade de Cachoeiro de Itapemirim–ES. News Lab. 2004;64:140-4.

Biasi LA, Tacca JA, Navarini M, Belusso R, Nardino A, Santolin JC, Bernardon V, Jaskulski MR. Prevalência de enteroparasitoses em crianças de entidade assistencial de Erechim/RS. Perspect [Internet]. 2010 [cited 2016]:173-9. Available from: http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/125_85.pdf

Downloads

Publicado

2016-03-30

Como Citar

Camello, J. T., Cavagnolli, N. I., Dalla Santa Spada, P. K. W., Poeta, J., & Rodrigues, A. D. (2016). Prevalência de parasitoses intestinais e condições de saneamento básico das moradias em escolares da zona urbana de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Scientia Medica, 26(1), ID21716. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2016.1.21716

Edição

Seção

Artigos Originais