Efeitos dos alongamentos estático, balístico e facilitação neuromuscular proprioceptiva sobre variáveis de salto vertical

Autores

  • Marcela Gomes Ferreira Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Welds Rodrigo Ribeiro Bertor Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
  • Alberito Rodrigo de Carvalho Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
  • Gladson Ricardo Flor Bertolini Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.4.21443

Palavras-chave:

força muscular, exercícios de alongamento muscular, terapia por exercício.

Resumo

Objetivos: O alongamento muscular antes do exercício é controverso quanto aos seus efeitos em relação ao desempenho muscular. Com isso, o objetivo deste estudo foi comparar o efeito do alongamento estático, balístico e da facilitação neuromuscular proprioceptiva sobre a potência muscular, tempo e altura de salto.

Métodos: Para este estudo de intervenção, não controlado e cruzado, foram incluídos 20 jovens estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, de ambos os sexos, com idade entre 18 a 28 anos, sem queixas de dor e sem lesões musculoesqueléticas. A amostra foi dividida em quatro subgrupos, sendo que três deles recebiam um dos três tipos de alongamento (estático, balístico ou facilitação neuromuscular proprioceptiva), enquanto o quarto subgrupo era o controle. As intervenções foram realizadas uma vez por semana, na forma de rodízio, ao longo de quatro semanas, ao final das quais todos os subgrupos haviam realizado todos os procedimentos em estudo. Logo após os alongamentos (ou isoladamente, nos controles) eram realizados saltos em uma plataforma de saltos verticais e avaliadas variáveis relativas ao desempenho nessa prova. A análise estatística foi feita por meio da Análise de Variância com medidas repetidas, com nível de significância de 5%.

Resultados:  Analisando-se as médias obtidas pelos quatro grupos para as variáveis do salto vertical, não houve diferença significativa na potência muscular, tempo ou altura de salto, antes e após a aplicação dos três tipos de alongamento. Os valores de p obtidos foram 0,508 para potência muscular; 0,674 para tempo de salto; e 0,606 para altura de salto.

Conclusões: Se há objetivo de ganho de extensibilidade prévio à atividade física que envolva salto e potência, não se contraindica o uso de alongamento, visto que parece não haver influência negativa deste sobre variáveis importantes para o salto em jovens saudáveis, pelo menos dentro de um período de quatro semanas.

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Biografia do Autor

Gladson Ricardo Flor Bertolini, Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

Possui graduação em Fisioterapia pela Universidade Estadual de Londrina (1995), mestrado em Engenharia Elétrica e Informática Industrial pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2003) e doutorado em Ciências da Saúde Aplicadas ao Aparelho Locomotor pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo (2008). Atualmente é prof. adjunto C da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, docente da graduação em Fisioterapia e Mestrado em Biociências e Saúde. Tem experiência na área de Fisioterapia, com ênfase em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica, atuando principalmente nos seguintes temas: fisioterapia, laser de baixa potência, alongamento muscular, imobilização e remobilização, dor e ultrassom terapêutico. Atualmente é Bolsista Produtividade da Fundação Araucária. Membro do Comitê Assessor de Área - Fisioterapia INEP (MEC). Plantonista do Centro de Reabiltiação Física da Unioeste, com atendimento em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica.

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Publicado

2016-02-12

Como Citar

Ferreira, M. G., Bertor, W. R. R., Carvalho, A. R. de, & Bertolini, G. R. F. (2016). Efeitos dos alongamentos estático, balístico e facilitação neuromuscular proprioceptiva sobre variáveis de salto vertical. Scientia Medica, 25(4), ID21443. https://doi.org/10.15448/1980-6108.2015.4.21443

Edição

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