Entre brechas, cortes e rasuras: relações étnico-raciais e censura cinematográfica na ditadura militar

Autores

  • Pedro Vinicius Asterito Lapera Fundação Biblioteca Nacional

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2015.2.19927

Palavras-chave:

Cinema brasileiro, censura, raça, etnicidade

Resumo

Este artigo pretende analisar como os órgãos de censura avaliavam os filmes brasileiros durante o regime militar vigente entre 1964 e 1985. Mais precisamente, abordaremos os casos de quatro filmes: Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade, 1969), Iracema, uma transa amazônica (Jorge Bondanzky e Orlando Senna, 1974), Compasso de Espera (Antunes Filho, 1975) e Tenda dos Milagres (Nelson Pereira dos Santos, 1976). Partindo desses casos, buscaremos verificar em que medida a representação de situações de conflito étnico-racial incomodavam os agentes da censura à época, uma vez que o regime militar era claramente guiado pelas doutrinas do luso-tropicalismo e do nacional-desenvolvimentismo.

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Biografia do Autor

Pedro Vinicius Asterito Lapera, Fundação Biblioteca Nacional

Doutor em Comunicação pelo PPGCOM-UFF e pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional

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Publicado

2015-06-01

Como Citar

Lapera, P. V. A. (2015). Entre brechas, cortes e rasuras: relações étnico-raciais e censura cinematográfica na ditadura militar. Revista FAMECOS, 22(2), 82–98. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2015.2.19927

Edição

Seção

Cinema