Contraponto audiovisual? De Eisenstein a Chion

Autores

  • Luíza Beatriz Alvim Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.15448/1980-3729.2017.2.24688

Palavras-chave:

Contraponto, audiovisual, música

Resumo

Consideramos o termo musical “contraponto” tal como utilizado nos textos sobre cinema e teoria cinematográfica, a partir dos escritos de Eisenstein do final dos anos 20, passando por autores como Adorno e Eisler, Kracaeur e Jean Mitry até os estudos de som no audiovisual de Michel Chion. Temos como base o questionamento da possibilidade e pertinência ou não de sua aplicação às relações entre som e imagem em produtos audiovisuais, já que esta aplicação deu origem a diversos mal-entendidos, muitas vezes provocados por um uso genérico do termo. Fazemos referências a exemplos audiovisuais nos textos desses autores e acrescentamos outros, como o primeiro volume de As mil e uma noites (Miguel Gomes, 2015), Um filme como os outros (Jean-Luc Godard, 1968) e em filmes de Robert Bresson.

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Biografia do Autor

Luíza Beatriz Alvim, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora em Comunicação pela Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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Publicado

2017-03-24

Como Citar

Alvim, L. B. (2017). Contraponto audiovisual? De Eisenstein a Chion. Revista FAMECOS, 24(2), ID24688. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2017.2.24688

Edição

Seção

Cinema