De regedor a refugiado, o protagonismo de Domingos Fernandes Carapeba no império atlântico holandês

Autores

  • Francisca Jaquelini de Souza Viração

DOI:

https://doi.org/10.15448/21778-3748.2018.2.27427

Palavras-chave:

Carapeba, Protagonismo, Brasil Holandês

Resumo

Na história do Brasil Holandês, alguns indígenas ganharam notório conhecimento, dentre eles Felipe Camarão e Pedro Poty, e ao lado deles Antônio Paraupaba. Porém um nome, que chegou ao maior cargo que um índio poderia na administração neerlandesa no Brasil, é quase um completo desconhecido, sendo sua biografia até misteriosa para explicar o porquê tanto prestígio entre os seus irmãos potiguaras. Este artigo, fruto das pesquisas de doutoramento em História Social pelo Dinter UFF/URCA sob orientação de Elisa Garcia, busca traçar uma breve biografia deste líder potiguara que foi protagonista dentro do Império Atlântico Holandês até mesmo depois do fim do domínio batavo no Brasil. Pela ausência de fontes suficientes para uma pesquisa mais apurada, se tentará traçar a sua trajetória através da restrita produção historiográfica que o cita e na ampla produção sobre o Brasil Holandês. Para tanto é preciso mergulhar no mundo em que Domingos Fernandes Carapeba foi inserido, o mundo do Império Colonial Holandês no Atlântico tinha características semelhantes ao Espanhol e Português, mas também profundas diferenças, que talvez a maior tenha sido a religião. O protestantismo, neste caso especificamente o calvinismo, criou um ambiente mental muito diferente do católico, e talvez tenha proporcionado um ar de maior liberdade entre as nações que o abraçou.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BOXER, Richard. Império Marítimo Português. São Paulo, SP, Companhia das Letras, 2002.

CHAUÍ, Marilena. Brasil, mito fundador e sociedade autoritária. São Paulo, SP, Editora fundação Perseu Abramo 2000.

CUNHA, Manuela Carneiro da. História dos índios do Brasil. São Paulo, SP, Companhia das Letras, 2002.

DAVIES, Natalie Zemon. Culturas do Povo: sociedade e cultura no início da França Moderna. Rio de Janeiro, RJ, Paz e Terra 1990.

DE CERTAU, Michel. A escrita da História. 2ªEd. Rio de Janeiro, RJ, Editora Forense Universitária, 2010.

FEBVRE, Lucien. O problema da incredulidade no século XVI, a religião de Rabelais. São Paulo, SP, Companhia das Letras, 2009.

GOMES, Antônio Máspoli de Araújo. Religião, Educação e Progresso, a contribuição do Mackenzie College para a formação do empresariado em São Paulo entre 1870 e 1914. São Paulo, SP, Editora Mackenzie 2000.

GONÇALVES, Regina Célia. Guerra e Açúcares: política e economia na Capitania da Parayba (1585 – 1630). Bauru, SP, Edusc, 2007.

________________________. Os potiguara na Guerra dos Brancos (1630 – 1645). Disponível em www.ifch.unicamp.br/inb/Textos/RCGoncalves.pdf

GOUVÊA, Ricardo Quadros (org). A verdadeira vida Cristã – João Calvino. Editora Novo Século, São Paulo 2000

GUINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o quotidiano e as ideias de um moleiro perseguido pela Inquisição. São Paulo, SP, Companhia das Letras, 2001.

HILL, Christopher. A Bíblia Inglesa e as Revoluções do século XVII. São Paulo, SP, Editora Civilização Brasileira, 2003.

_______________. O Mundo de Ponta Cabeça. São Paulo, Letras SP, Companhia das, 1987.

_______________. O Eleito de Deus. São Paulo, SP, Companhia das Letras 2001.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil, Construtores do Brasil. São Paulo, Nova Cultural, 2000.

_________________________. Visões do Paraíso. Coleção Grandes Nomes do Pensamento brasileiro. São Paulo – SP, Publifolha, 2000.

KROMMER, Rita. Mathias Beck e a Companhia das índias ocidentais no Ceará, Fortaleza, CE, Editora da UFC, 1994.

KUYPER, Abraham. Calvinismo. São Paulo – SP, Cultura Cristão, 2002.

LEONARD, Émile G. O protestantismo brasileiro, estudo de eclesiologia e História Social. Rio de Janeiro e São Paulo, JUERP e ASTE, 1981.

MAIA, Lígio de Oliveira. Índios de Pernambuco na Genebra dos sertões: o olhar vieiriano sobre os índios hereges – XVII. Cadernos de Estudos Sociais, Recife, Vol 22, n.1, jan/jun 2006.

MELLO. Evaldo Cabral de. Rubro veio, o imaginário da restauração pernambucana. 2ºEd. Rio de Janeiro. Topbooks, 1997

MELLO, José Antônio Gonçalves de. Tempo dos flamengos: a influência da ocupação holandesa na vida e na cultura do norte do Brasil. 5ªEd. Rio de Janeiro, RJ, Topbooks 2007.

MENDONÇA, Antônio Gouvêa. Protestantismo no Brasil. Revista USP, São Paulo, SP, m.74, junho/agosto 2007 p. 160 – 173.

MEUWESE, Marcus P. “For the Peace and Well-being of the Country”: Intercultural Mediators and Dutch-Indian Relations in New Neatherland and Dutch Brazil, 1600- 1664. Tese de Doutorado defendida na University of Notre Dame, Notre Dame, Indiana, Setembro de 2003. Disponível em: http://etd.nd.edu/ETDdb/theses/available/etd09272003005338/unrestricted/MeuweseMP092003.pdf Acessado em 24/01/2007

MOLLER, Mathias. Ensaio sobre a liberdade do cristão segundo Lutero. Pólemos, Brasília,vol.3,n.5,07/2014.<http://www.red.unb.br/index.php/polemos/article/viewFile/9789/8265> acesso 20 de Agosto de 2015

MONTERO, John Manuel. Negros da Terra, índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo – SP, Companhia das Letras, 2009.

RAMINELLI, Ronald. Imagens da Colonização: a representação do índio de Caminha a Vieira. Rio de janeiro: Jorge Zahar, 1996.

_________________. O índio e o renascimento português. Revista de História Social, São Paulo, USP, n º 1, 1994

RIBAS, Maria Aparecida de Araújo Barreto. O leme espiritual do navio mercante: A missionação calvinista no Brasil Holandês (1630 – 1645). Tese de Doutorado defendida na Universidade Federal Fluminense, Niterói – RJ, Agosto de 2007. Disponível em: http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2194 Acessado em 25/01/2009.

SANTOS, João Marcos Leitão. Educação na Paraíba Colonial: O período holandês. Mnemosine Revista. UFCG, Campina Grande, PB, n.1, V.1, Janeiro/junho de 2010.

SCHAMA, Simon. O desconforto da riqueza, a cultura holandesa na Era de Ouro. São Paulo, SP, Companhia das letras, 1992.

SCHALKWIJK, Frans Leronard. Igreja e Estado no Brasil Holandês (1630 – 1654). 3ª Edição. São Paulo. Cultura Cristã 2004.

__________________________. Índios evangélicos no Brasil Holandês. Fides Reformata, Vol 2, n1, São Paulo , SP, 1997.

SILVESTRE, Armando Araújo. Calvino e a Resistência ao Estado. São Paulo – SP, Editora Mackenzie, 2003.

SOUZA, Laura de Mello. O diabo e a terra de Santa Cruz. São Paulo, SP. Companhia das Letras, 2006

TODOROV, Tzvetam. A conquista da América, a questão do outro. São Paulo, SP, Martins Fontes, 1998.

VAINFAS, Ronaldo. A Heresia dos Índios - Catolicismo e Rebeldia no Brasil Colonial. São Paulo – SP, Companhia das Letras, 2006.

_________________ . Jerusalém Colonial. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2010

VIRAÇÃO, Francisca Jaquelini de Souza. A Igreja Potiguara: A saga dos índios protestantes no Brasil Holandês. Revista Historiar, Ano II, nºI, 2010, pág. 8 – 26.

__________________________________ . A primeira Igreja Protestante do Brasil: Igreja Reformada Potiguara (1625 – 1692), São Paulo, Ed. Mackenzie, 2013

VOVELLE, Michel. Ideologias e Mentalidades. 2ª Ed. São Paulo – SP, Editora Brasiliense, 2004.

WOLKMER, Antônio Carlos. Cultura Jurídica Moderna, humanismo renascentista e Reforma Protestante. Revista Seqüência, nº 50, p. 9-27, jul. 2005. <https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/15182/13808> acesso 20 de Agosto de 2015

Downloads

Publicado

2018-12-18

Como Citar

Viração, F. J. de S. (2018). De regedor a refugiado, o protagonismo de Domingos Fernandes Carapeba no império atlântico holandês. Oficina Do Historiador, 11(2), 118–138. https://doi.org/10.15448/21778-3748.2018.2.27427

Edição

Seção

Artigos