História da violência e sociedade brasileira
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2018.1.24181Palavras-chave:
Cotidiano, Sociedade, ViolênciaResumo
Desenvolvemos, no presente artigo, a hipótese de que a violência humana é histórica. Ela é um elemento que constrói e transforma as estruturas, as conjunturas e os cotidianos de distintas formas em várias temporalidades. Nesta perspectiva, abordaremos as características que a violência se circunscreveu em alguns períodos históricos, como nas sociedades Antigas, de fins da Idade Média, Antigo Regime, Modernidade e Pós-Modernidade. No Brasil, a História foi marcada pelo constante uso da violência, tendo suas origens com o processo de colonização, primeiramente, na violenta política de subjugamento do indígena subsidiado pela ideologia da guerra justa, das jurisdições e dos aldeamentos. Com a prática da escravidão ocorrida durante séculos, que suprimiu a vida humana de maneira selvagem, e ainda de forma mais suave, com a política de subterfúgio empregada ao imigrante europeu, submetendo-o à escravidão simbólica. Essas práticas colonizatórias construíram um Brasil pautado na concentração de riquezas refletidas na desigualdade social que se proliferou no cotidiano, marcada, também, pelo uso constante da violência. Também abordaremos como os processos criminais são fontes profícuas para o entendimento da violência processada no Brasil. Essas discussões forçam a tese de que a violência é intrínseca à vida social, seja ela caracterizada de forma física ou simbólica.
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