A esquerda radical no período pós-2009: nada de (muito) novo em Portugal?
DOI:
https://doi.org/10.15448/2178-3748.2016.1.22961Palavras-chave:
Esquerda radical, Portugal, Crise europeiaResumo
A crise económica que eclodiu nas democracias europeias períféricas a partir de 2008 teve, em vários países da Europa do Sul, consequências graves em termos de estabilidade governativa, satisfação com a democracia e resiliência dos sistemas partidários. Neste contexto, o caso português tem sido apontado como um caso excepcional, visto que o agravamento da situação económica e as suas consequências políticas não provocaram a afirmação eleitoral de novas forças de esquerda radical (como na Espanha e na Grécia). Neste artigo, apresenta-se o panorama da esquerda radical em Portugal e procede-se à análise das causas inerentes a este fenómeno de maior estabilidade do sistema partidário português e a ausência de um fenómeno SYRIZA ou Podemos, recorrendo a explicações de natureza económica, ligadas à cultura política e à natureza do sistema partidário consolidado nas últimas quadro décadas.
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Referências
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