A exacerbação do abjeto em Uso Errado da Vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.43634

Palavras-chave:

Uso Errado da Vida, Orestes, abjeção, violência

Resumo

Em diálogo com a perspectiva de Ana Paula Arnaut (2018), para quem a produção literária ficcional portuguesa, a partir dos anos 2000, tem como característica a recorrência de práticas intertextuais e interartísticas, aliadas a representações de violência extrema e de personagens marcadas pelo que a autora considera desequilíbrios patológicos, percebe-se na narrativa de Paulo Rodrigues Ferreira, em Uso Errado da Vida, a constituição de um enredo imoderadamente intertextual e no qual as personagens revelam, a cada momento, mais e mais desajustes, no que se refere aos padrões convencionalmente estabelecidos. Nesse sentido, este artigo propõe uma análise acerca da representação do abjeto em Uso errado da Vida, especialmente a partir de Orestes, protagonista homônimo ao da tragédia Oresteia, de Ésquilo. Tomaremos como base teórica sobre o conceito de abjeto as proposições de Kristeva (1982).

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Biografia do Autor

Gisele Silva Oliveira, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), São Carlos, SP, Brasil.

Graduada em Letras pela Fundação de Ensino Superior de Passos (FESP), em Passos, MG, Brasil. Especialista em Promoção de Igualdade Racial na Escola pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), em Ouro Preto, MG, Brasil. Mestranda em Estudos de Literatura pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Carlos, SP, Brasil. Auxiliar de Biblioteca no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais (IFSULDEMINAS), em Passos, MG, Brasil. 

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Publicado

2022-11-21

Como Citar

Oliveira, G. S. (2022). A exacerbação do abjeto em Uso Errado da Vida. Navegações, 15(1), e43634. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.43634

Edição

Seção

Ensaios