José Saramago e o desvelamento do autor na cena da narratologia literária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.43048

Palavras-chave:

José Saramago, Autor, Narrador, Roland Barthes

Resumo

O teórico francês Roland Barthes, após sua célebre conferência de 1968, no Collège de France, passou a ser citado como responsável por decretar o que diz a metáfora que dará título ao seu texto: A morte do autor. Na contramão desta vertente, o romancista português contemporâneo, José Saramago, irá declarar em sua produção crítica “O autor como narrador” de suas obras, ou seja, afirmando certa nulidade da instância literária “narrador” ao assumi-la como realizada pelo próprio autor. Pensando o lugar do autor na reflexão barthesiana e o lugar concedido a este na ficção saramaguiana, buscamos problematizar este espaço ocupado de modo a averiguar as consonâncias e/ou dissonâncias no entendimento de ambos, assim como seu desvelamento na cena da narratologia literária. 

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Biografia do Autor

Adriana Gonçalves da Silva, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Divinópolis, MG, Brasil.

Doutora em Estudos de Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, RJ, Brasil; mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, MG, Brasil. Docente na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), em Divinópolis, MG. Brasil.

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Publicado

2022-10-19

Como Citar

Silva, A. G. da. (2022). José Saramago e o desvelamento do autor na cena da narratologia literária. Navegações, 15(1), e43048. https://doi.org/10.15448/1983-4276.2022.1.43048

Edição

Seção

Dossiê