1984: Totalitarismo, vigilância e censura: retomando a questão do determinismo linguístico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.2.28076

Palavras-chave:

1984, George Orwell, Totalitarismo, Determinismo linguístico.

Resumo

O presente artigo analisa a obra 1984, de George Orwell, estabelecendo relações com os regimes totalitários no século XX, enfatizando o contexto brasileiro de censura e repressão vivenciado durante dois períodos distintos: a Era Vargas e o Regime Militar. O aporte teórico Foucaultiano traz a disciplina, a vigilância, a censura e a punição como formas de instituição e manutenção do poder nas obras A ordem do discurso e Vigiar e punir. Uma das formas de controle apresentadas pela obra de Orwell é o determinismo linguístico que é estabelecido a partir da criação da Novafala, idioma usado no controle do pensamento em 1984. Nesse contexto, aborda-se a Novafala, relacionando-a à versão extremada da Hipótese Sapir- Whorf acerca do determinismo linguístico, a qual, na discussão, não pode ser sustentada de forma cabal.

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Biografia do Autor

Emanuele Mendonça de Freitas, Universidade de Caxias do Sul

Mestranda pelo Programa de Mestrado em Letras, Cultura e Regionalidade da Universidade de Caxias do Sul. Bolsa PROSUP/CAPES.

Heloísa Pedroso de Moraes Feltes, Universidade de Caxias do Sul

Doutora em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras e Cultura.

Sílvia Maria Zanella, Universidade de Caxias do Sul

Mestranda pelo Programa de Mestrado em Letras, Cultura e Regionalidade da Universidade de Caxias do Sul. Bolsa PROSUP/CAPES.

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Publicado

2018-07-19

Como Citar

Freitas, E. M. de, Feltes, H. P. de M., & Zanella, S. M. (2018). 1984: Totalitarismo, vigilância e censura: retomando a questão do determinismo linguístico. Letrônica, 11(2), 192–209. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.2.28076