História, historiografia e historicidade

A morte de Lima Barreto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.37265

Palavras-chave:

Lima Barreto, eugenia, racismo no Brasil, modernização brasileira.

Resumo

A partir do espetáculo teatral Traga-me a cabeça de Lima Barreto! (2017), um monólogo construído com fragmentos de memórias e textos ficcionais ou jornalísticos do escritor, o artigo explora os efeitos da encenação para iluminar a zona de sombra que se abateu sobre as décadas iniciais do século XX no Brasil, tanto na história nacional quanto na historiografia literária. São postos em evidência os elos entre racialismo, eugenia e biopolítica nas políticas públicas da modernização social e cultural estado brasileiro. Pretende-se, ao final, expor o racismo brasileiro como postulado estruturante da nossa sociedade moderna e a suas repercussões ou os efeitos do racismo na obra e, principalmente, na vida de Lima Barreto.

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Biografia do Autor

Eneida Leal Cunha, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Rio de Janeiro, RJ

Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), no Rio de Janeiro, RJ, Brasil; professora titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal da Bahia (UFBA), BA, Brasil; e professora associada no Departamento de Letras da PUC-Rio, no Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

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Publicado

2020-03-24

Como Citar

Leal Cunha, E. (2020). História, historiografia e historicidade: A morte de Lima Barreto. Letrônica, 13(3), e37265. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2020.3.37265