Narrar para compreender: o relato como forma de organizar a experiência em Domingo à tarde, de Fernando Namora

Autores

  • Sabrina Schneider Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Palavras-chave:

Monologia, dialogia, escrita do eu, Fernando Namora, Mikhail Bakhtin

Resumo

Utilizando os conceitos elaborados por Mikhail Bakhtin em Problemas da poética de Dostoiévski, especialmente os de monovocalidade e bivocalidade e de monologia e dialogia, este artigo analisa o romance Domingo à tarde, do escritor português Fernando Namora. Buscamos mostrar que, mesmo em um relato em primeira pessoa, o que se tem é uma ficcionalização do eu, um acabamento da personagem que é impossível à autoconsciência no momento em que uma experiência está sendo vivida. Além disso, o fato de a voz do narrador – ou do autor, como quer Bakhtin – refratar-se na voz de um protagonista, de um participante dos acontecimentos narrados, não reduz a força do discurso referencial direto e imediato: aquele que nomeia, comunica, enuncia e representa, não permitindo que as vozes das demais personagens se manifestem de maneira autônoma.

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Biografia do Autor

Sabrina Schneider, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Doutoranda em Letras, área de concentração em Teoria da Literatura, na PUCRS

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Publicado

2010-12-21

Como Citar

Schneider, S. (2010). Narrar para compreender: o relato como forma de organizar a experiência em Domingo à tarde, de Fernando Namora. Letrônica, 3(1), 404–411. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/letronica/article/view/7069