A paulada erudita d' um Leminski popular: o problema da língua na literatura brasileira pela perspectiva de dois poemas

Autores

  • Keissy Guariento Carvelli Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO).
  • Ricardo André Ferreira Martins Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).

DOI:

https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.1.28576

Palavras-chave:

Literatura Brasileira, Língua Portuguesa, Paulo Leminski.

Resumo

O artigo explora a atualização do problema da língua pela perspectiva de dois textos do poeta Paulo Leminski (1944-1989): o poema "Invernáculo" (1986) e o conto semiótico "O assassino era o escriba" (1985). Apresentam-se, inicialmente, as relações entre a formação do estado nação e das comunidades linguísticas, lançando mão dos conceitos de Pierre Bourdieu (1997) e da concepção histórica de Eric Hobsbawm (1990). Ainda, mobilizam-se os processos de gramatização da Língua Portuguesa no Brasil, tendo como foco as formulações do romancista José de Alencar, considerando as reivindicações por uma linguagem literária genuinamente brasileira. Assim, o problema da língua será apresentado em Paulo Leminski como grau máximo de atualização do tema, demonstrando pontos de contato com a tradição da ruptura, conceito caro à Literatura Brasileira.

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Biografia do Autor

Keissy Guariento Carvelli, Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO).

Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

Ricardo André Ferreira Martins, Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).

Doutor em Teoria e História Literária (UNICAMP). Professor Adjunto do Colegiado de Letras da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP/CJ).

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Publicado

2018-06-27

Como Citar

Carvelli, K. G., & Martins, R. A. F. (2018). A paulada erudita d’ um Leminski popular: o problema da língua na literatura brasileira pela perspectiva de dois poemas. Letrônica, 11(1), 65–77. https://doi.org/10.15448/1984-4301.2018.1.28576