Nunca fomos pós-humanos

Tecendo cartografias da cosmovisão andina na era do Antropoceno

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15448/1983-4012.2022.1.43134

Palavras-chave:

Humanos, Não humanos, Pós-humanismo, Decolonialidade, Cosmovisão andina

Resumo

O contexto do Antropoceno tem despertado diversos debates no meio acadêmico, dentre eles os diálogos sobre o pensamento pós-humanista. O fato de a atividade humana no planeta ter desencadeado consequências catastróficas nos leva a propor com urgência outras formas de intersecções entre outras culturas, que talvez não estejam vivenciando com tanta intensidade, os frutos de um pensamento totalizante e universalista. Nesse contexto, este artigo se propõe a criar um quadro que conecte a cosmovisão andina do cosmos e as relações humanas e não humanas propostas tanto pela decolonialidade quanto pelo pós-humanismo e discutir as relações entre elas. Não pretendemos discutir diferenças ou vulnerabilidades de cada pensamento, mas identificar posições éticas que nos levem a reconhecer outros saberes há muito silenciados pela hegemonia europeia. Através da revisão bibliográfica embasada nas Teorias Decoloniais concluímos que o diálogo intercultural pode trilhar caminhos para que possamos construir relações amorosas entre os seres que habitam o universo. 

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Biografia do Autor

Ana Carla Barros Sobreira, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil.

Mestre em Estudos Linguísticos pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Uberlândia, MG, Brasil; especialista em Ensino de Línguas Mediado por Computador pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Uberlândia MG, Brasil. Graduada em Letras-Inglês pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Campus II, Campina Grande, PB, Brasil. Doutoranda em Linguística Aplicada na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), em Campinas, SP, Brasil.

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Publicado

2022-06-29

Como Citar

Sobreira, A. C. B. (2022). Nunca fomos pós-humanos: Tecendo cartografias da cosmovisão andina na era do Antropoceno. Intuitio, 15(1), e43134. https://doi.org/10.15448/1983-4012.2022.1.43134

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