A sociedade aberta e sua proveniência grega, segundo a perspectiva de Popper
DOI:
https://doi.org/10.15448/1983-4012.2020.2.34934Palavras-chave:
Tensão da civilização, Sociedade Aberta, Liberdade, Acessibilidade, Virtude moralResumo
De acordo com a visão de Karl Popper (1902-1994), quando a nova fé que dava sustentação ao humanitarismo começara a se firmar na Grécia, eclodiu a tensão da civilização. Tal reação era acompanhada de fatores como o apelo à tradição, a defesa de velhas virtudes e da velha religião. Desdobrando a visão popperiana, mostramos como esse contexto influenciou a interpretação da política imperialista ateniense por parte do historiador Tucídides. Tomada como oficial, a interpretação tucidideana carrega as marcas da reação contrária ao movimento que rompeu com o tribalismo e instaurou a Sociedade Aberta, cuja marca está na inauguração de uma nova tradição; onde a fé mágica se dissolve e cede espaço à de desafiar teorias e mitos e discuti-los criticamente. Além disso, vê-se a abertura para a liberdade enquanto dimensão do acessível. Assim, partindo da análise feita por Rémi Brague da Oração Fúnebre, de Péricles, discorremos acerca da necessidade da coragem para a liberdade. Tendo em vista vivermos inseridos em uma dimensão ontológica contingente, desdobramos também como a importância de uma boa deliberação do curso das ações é importante para os cidadãos imersos no campo da responsabilidade pessoal considerando a noção aristotélica de virtude moral.
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Referências
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