TY - JOUR AU - Rodrigues, Fatima da Cruz PY - 2019/07/16 Y2 - 2024/03/29 TI - Vidas deslocadas pelo colonialismo e pela guerra JF - Estudos Ibero-Americanos JA - Estud. Ibero-Am. (Online) VL - 45 IS - 2 SE - Memórias da violência colonial: reconhecimentos do passado e lutas para o futuro DO - 10.15448/1980-864X.2019.2.32405 UR - https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/iberoamericana/article/view/32405 SP - 49-63 AB - <p>Quando uma guerra termina, não termina com ela tudo o que ela criou, modificou, violentou e destruiu. Depois de uma guerra, os que lhe sobrevivem têm de reconstruir-se e de recompor as suas vidas de acordo com esse legado em articulação com a realidade que o fim do conflito inaugura. Sobrevivem esses sobreviventes, e com eles as heranças que a guerra lhes deixou. É de algumas dessas heranças que trata este texto, que apresenta uma reflexão sobre a forma como a guerra colonial que Portugal travou em África entre 1961 e 1974 interferiu nos percursos de vida de antigos combatentes africanos que integraram as Forças Armadas Portuguesas (FAP) e que passaram a residir em Portugal, após a libertação dos territórios onde nasceram. Com base em um trabalho de pesquisa de caráter qualitativo com recurso a histórias de vida, procurou-se perceber o sentido que esses homens atribuíam aos seus percursos marcados por descontinuidades e momentos particularmente fraturantes no que toca a construção de projetos de vida. Para isso, caracterizam-se os diversos tipos de percursos que resultaram dessa análise, bem como alguns dos eixos discursivos que esses homens mobilizaram para justificar as diversas opções que tomaram ao longo dos mesmos. A análise é utilizada para interpelar a problemática da construção de identidades marcadas por descontinuidades e por posicionamentos aparentemente contraditórios.</p> ER -