TY - JOUR AU - de Aguiar, Carolina Amaral PY - 2017/12/04 Y2 - 2024/03/29 TI - A ditadura chilena pelas câmeras estrangeiras: a vida social sob a repressão na TV e no cinema internacionais JF - Estudos Ibero-Americanos JA - Estud. Ibero-Am. (Online) VL - 43 IS - 3 SE - Seção Livre DO - 10.15448/1980-864X.2017.3.24759 UR - https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/iberoamericana/article/view/24759 SP - 667-680 AB - <p>O golpe de Estado no Chile teve um grande impacto fora das fronteiras nacionais, podendo ser caracterizado como um “evento-mundo”. No caso das televisões e dos cineastas estrangeiros, o 11 de setembro de 1973 motivou a realização de reportagens e filmes que denunciassem a repressão no país sul americano, visando a desconstruir a imagem de um cotidiano “normalizado” que os militares procuravam vender para o exterior. Na segunda metade dos anos 1970, indo mais além da denúncia, essa produção audiovisual estrangeira se dedicou a compreender os processos de recomposição da vida social e de criação de uma nova ideologia nos grupos sociais (especialmente por meio do fortalecimento do gremialismo), fatores que permitiam uma longa duração para o regime de segurança nacional. Diante desse cenário, este artigo analisa fontes audiovisuais filmadas no Chile por diretores estrangeiros logo após o golpe e o posterior documentário feito pela TV suíça Chili: ordre, travail, obéissance (1977), com o objetivo de compreender as representações que esses materiais fazem da cotidianidade durante a ditadura de Pinochet nesses dois momentos. Rodadas sob a vigia da Junta Militar, essas fontes se valeram de muitas cenas da vida cotidiana chilena, já que muitas vezes essas eram as imagens possíveis de serem registradas no contexto da repressão. Porém, montadas no exterior do país, essas cenas foram usadas em filmes e reportagens para contrapor o discurso da “normalização” que os militares desejavam passar para a opinião pública internacional.</p> ER -